Decorreu ontem, 5 de abril, em Lisboa, a 10.ª Assembleia Geral da ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável. Nesta reunião, para além da aprovação do relatório de atividades e contas, decorreram eleições para os seus órgãos sociais. A Direção da ZERO foi eleita por unanimidade para o triénio 2025-2028, tendo assim Francisco Ferreira sido reeleito como Presidente, assumindo Susana Fonseca o cargo de Vice-Presidente. Francisco Ferreira é Diretor do Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade da Universidade NOVA onde é Professor Associado com agregação na NOVA School of Science and Technology na área do ambiente. Susana Fonseca é Doutorada em Sociologia do Ambiente pelo ISCTE-IUL, coordenando atualmente a área “Sociedades Sustentáveis e Novas Formas de Economia” na ZERO.
A ZERO propõe-se atuar nos próximos três anos com uma visão centrada na justiça intergeracional e na preservação dos equilíbrios ecológicos do planeta. A missão passa por influenciar políticas públicas, sensibilizar a sociedade e fomentar o diálogo entre diferentes setores, com base em valores como a independência, o rigor, a responsabilidade e a cooperação. Esta atuação assenta numa abordagem crítica, coerente e urgente, com o objetivo de tornar a sustentabilidade o eixo estruturante das decisões políticas e económicas.
A nível organizacional, os objetivos estratégicos incluem o reforço do papel da ZERO como parceira de referência na definição de políticas públicas, a ampliação da representatividade da mobilização social, a valorização do conhecimento interno e o bem-estar das equipas. Está também prevista a consolidação de um modelo de financiamento diversificado, alinhado com o foco na ação política, e o aumento da notoriedade pública da organização, através de uma comunicação eficaz e da valorização do seu trabalho junto da sociedade civil.
A ZERO apresenta metas ambiciosas para garantir sociedades sustentáveis, com destaque para a promoção da integração dos direitos das gerações futuras nos processos de decisão, do princípio da suficiência, a defesa de uma economia circular e a adoção de práticas de compras públicas sustentáveis. O cumprimento de metas ambientais europeias e a redução da presença de substâncias perigosas fazem igualmente parte das prioridades, assim como o reforço legislativo em áreas críticas para a saúde e o ambiente.
Nas áreas do clima, energia e mobilidade, destacam-se metas claras: atingir 90% de renováveis na eletricidade e 49% no consumo final de energia até 2028, bem como reduzir as emissões e o consumo energético em todos os setores, nomeadamente transportes. A ZERO propõe ainda melhorias no ordenamento do território, na eficiência hídrica e na conservação dos oceanos e da biodiversidade, defendendo uma gestão responsável dos recursos naturais e do território. Através destas orientações, pretende-se garantir que Portugal cumpre os compromissos do Acordo de Paris e contribui ativamente para a proteção das gerações futuras.
Ao nível da representatividade institucional a ZERO, atualmente com cerca de 2.500 associados, pretende aumentar a sua base de apoio de forma constante para ter uma cada vez mais forte representatividade social.
A ZERO tem como sua missão contribuir para a construção de uma sociedade assente nos princípios do desenvolvimento sustentável, em pleno respeito pelos limites do planeta. Uma sociedade onde a noção de zero seja motivadora da ação, nomeadamente no que respeita ao uso de zero combustíveis fósseis, poluição zero, ao desperdício zero, à zero destruição de ecossistemas e da biodiversidade e zero desigualdade social e económica. Uma sociedade onde o desenvolvimento sustentável é entendido como o caminho para garantir equidade e justiça social, ambiental e económica e onde todos, individualmente e em interação com os outros, assumem a sua responsabilidade pela concretização desta visão.