Desporto

Francisco Rocha sagra-se campeão de pares e Tiago Pereira termina como “vice” de singulares em Vale do Lobo

Francisco Rocha encerrou o Vale do Lobo Open com festa portuguesa ao sagrar-se campeão de pares pouco depois de Tiago Pereira ter terminado como finalista de singulares ao perder a final deste domingo para George Loffhagen, que celebrou pela segunda semana consecutiva e em ambos os casos com os campos cobertos do Centro de Ténis e Padel de Faro como pano de fundo.

Organizado pela Federação Portuguesa de Ténis entre os dias 9 e 16 de março, o Vale do Lobo Open foi o quinto ITF M25 de uma série de seis consecutivos na região algarvia, que termina na próxima semana em Loulé.

A disputar o sétimo encontro nos últimos sete dias, George Loffhagen (478.º classificado no ranking ATP) triunfou por 6-0 e 7-5 contra Tiago Pereira (505.º) numa final disputada a dois tempos.

A discussão começou em Vale do Lobo, onde o britânico teve um arranque de sentido único. Com as maiores armas (o serviço muito variado e a direita pesada) afinadas, Loffhagen encaixou a primeira partida sem contestação e deu um passo de gigante para concluir mais uma semana dourada. Do outro lado, Pereira não escondeu o desgaste consequente da jornada anterior — disputou seis sets que se estenderam por quase cinco horas no court e terminou em cãibras o encontro das meias-finais frente a Gastão Elias — e demorou a entrar na final.

Mas na segunda partida a prestação do algarvio de 20 anos subiu vários níveis. Pereira deixou para trás o mau arranque, arriscou na resposta ao serviço e pressionou o adversário, acabando por ser recompensado com uma quebra de serviço (3-2) no exato momento em que a chuva ameaçou a interrupção do encontro. Ainda houve tempo para o britânico fazer o contra break, mas logo a seguir a final foi interrompida e retomada quase duas horas depois em condições totalmente diferentes, com o campo coberto de Faro a favorecer as maiores armas de Loffhagen, que sete dias depois de aqui ter ganho os últimos dois encontros do torneio da Quinta do Lago voltou a encontrar razões para celebrar na capital do Algarve.

“Foram duas semanas ótimas apesar do tempo ter tornado tudo mais complicado. Hoje fiz um primeiro set muito bom, mas no ténis as margens são muito pequenas e no segundo set houve um ou outro momento importante que não caou para o meu lado e ele voltou ao encontro. Parámos por causa da chuva e as condições aqui dentro [em Faro] são muito diferentes, adaptei-me melhor e consegui fazer o único break desta segunda parte para vencer”, considerou Loffhagen, que na segunda-feira já tinha ganho, neste mesmo campo indoor, os últimos dois encontros do torneio da Quinta do Lago.

Sem querer definir objetivos para os próximos tempos, George Loffhagen despediu-se de Portugal com o segundo título consecutivo e do ano, sexto da carreira — todos na categoria ITF M25 e em piso rápido. A quinzena dourada no Algarve voltará a colocá-lo no top 400, resultando numa subida de sensivelmente 100 posições.

Tiago Pereira foi finalista de um ITF M25 “em casa” pela segunda vez nas últimas três semanas e apesar de ainda não ter sido desta que colocou as mãos no título mais importante da carreira fez mais um balanço positivo: “Em primeiro lugar estou muito feliz com a semana. Ontem foi um dia muito complicado, por isso fico muito feliz pela maneira como consegui jogar hoje apesar da minha condição física não ser a melhor. Ele é um excelente jogador, acho que ja devia estar mais à frente e vai lá chegar mais tarde ou mais cedo. Não me deu a mínima hipótese no primeiro set, jogou muito bem e eu não consegui acompanhá-lo.”

Sobre a mudança que lhe permitiu equilibrar a final, o algarvio explicou que “tentei divertir-me mais e isso acabou por resultar bastante bem para o meu lado porque ao descontrair as coisas começaram a sair-me melhor. Ele também ficou um pouco tenso, começou a pensar e a falhar mais, mas quando parámos e viemos para dentro tornou-se mais difícil de responder ao serviço dele. Se pudesse escolher uma altura, teria preferido a paragem logo a seguir a fazer o break, porque aqui também teria tido mais facilidade em segurar o meu serviço, mas não controlo essas coisas e como disse não deixou de ser uma ótima semana.”

Depois da final no Faro Open, a final no Vale do Lobo Open ajudará Tiago Pereira a subir mais de 70 posições para estabelecer o melhor ranking da carreira, cada vez mais perto de entrar pela primeira vez no top 400.

Se na prova individual o desfecho não sorriu ao representante português, na de pares Francisco Rocha celebrou por duas vezes ao lado de Rafael Izquierdo Luque este domingo e acabou a erguer o terceiro título da carreira.

O português e o espanhol começaram por vencer os britânicos James Story e Joe Tyler com os parciais de 6-4, 4-6 e 11-9 num encontro que começou na Vale do Lobo Tennis Academy e terminou no court coberto do Centro de Ténis e Padel de Faro e, um par de horas depois, levaram a melhor sobre o francês Robin Bertrand e o italiano Federico Bondioli por 7-7(4) e 6-3 na final.

Aos 25 anos, Francisco Rocha celebrou a conquista do terceiro título de pares da carreira, segundo com Rafael Izquierdo Luque e segundo em Vale do Lobo. O portuense inaugurou o palmarés enquanto tenista profissional na Vale do Lobo Tennis Academy em novembro de 2023, com o irmão mais novo, Henrique Rocha, e estendeu-o já em 2024 ao vencer um ITF M15 em Madrid com o parceiro espanhol.