Frederico Silva, Tiago Pereira e Tomás Luís voltaram a vencer e apuraram-se para os quartos de final de singulares do Faro Open, ITF M25 que contará com pelo menos um tenista português nas meias-finais. Em pares, Diogo Marques foi o único a vencer para garantir um lugar nos quartos de final do torneio que o Centro de Ténis e Padel de Faro organiza, até 3 de março, com os apoios da Câmara Municipal de Faro e da Federação Portuguesa de Ténis.
Quarto cabeça de série, Frederico Silva (262.º classificado no ranking ATP) foi o último a avançar para os quartos de final e precisou de fazê-lo a dois tempos e em dois courts. Tudo porque a chuva prevista para o final da tarde interrompeu o braço de ferro com o uzbeque Sergey Fomin (576.º) quando o mais cotado dos portugueses já liderava por 5-2 no parcial decisivo.
Foi necessário esperar-se quase uma hora e transferir o encontro para um court secundário, onde o jogador natural das Caldas da Rainha, atualmente a treinar no Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis e esta semana acompanhado por Bernardo Mota, precisou de seis match points para consumar a reviravolta. 4-6, 6-2 e 6-4 foram os parciais da 10.ª vitória desde que chegou ao Algarve.
“Foi um encontro que teve um bocadinho de tudo, mas acima de tudo estou muito contente por ter superado mais um encontro difícil. Entrei muito mal, mas fui subindo o nível e antes da paragem por causa da chuva já estava a jogar a um bom nível e a sentir que o encontro estava claramente para o meu lado. Mas depois temos de parar, não sabemos se continuamos hoje, se mudamos de campo, de repente vamos e é preciso todo um novo mindset, porque além do nervosismo habitual de estar a servir para fechar a 5-3 tenho as pernas cheias de mosquitos, sinto os pingos da chuva, a luz à volta do court é muito diferente e também temos o som do padel. Mudou tudo muito depressa para uma situação crítica, mas faz parte e tentei lidar com tudo da melhor forma”, comentou Frederico Silva na entrevista pós-vitória, novamente debaixo dos pingos da chuva.
Campeão e semifinalista dos dois torneios realizados nas semanas anteriores em Vila Real de Santo António, o caldense vai lutar pelas terceiras meias-finais consecutivas no Sul do país e será o favorito contra o jovem compatriota Tomás Luís (1343.º) no encontro mais aguardado da jornada de sexta-feira.
O algarvio de 22 anos voltou a exibir-se a um excelente nível e surpreendeu o austríaco Sandro Kopp (331.º e sexto candidato ao título) pelos parciais de 6-4 e 6-1 num embate de 1h35 que dominou do início ao fim e que podia ter resolvido de forma ainda mais autoritária, pois cedeu uma quebra de serviço quando serviu pela primeira vez para fechar o primeiro parcial.
Esta é a segunda vez em que Tomás Luís chega aos quartos de final de provas internacionais, mas a primeira que o faz na categoria ITF M25 e a prestação em Faro, no clube que habitualmente representa nas competições nacionais por equipas, já lhe valeu importantes três pontos que o vão ajudar a aproximar-se do top 1000 pela primeira vez.
“Foi um encontro em que estive muito competente do início ao fim e joguei a um nível muito alto. Reparei que ele não estava tão confortável quando eu controlava o ponto de direita e sobretudo quando eu estava contra o vento. Não me lembro de falhar uma bola nessas circunstâncias e percebi que ele estava a ficar impaciente e a fazer bolas que não devia, por isso fui ajustando o plano de jogo”, reconheceu o tenista de Tavira, que esta semana conta com o apoio especial da mãe e do irmão.
Quando o encontro terminou, Tomás Luís ainda não sabia qual seria o adversário de sexta-feira, mas expressou vontade de enfrentar Frederico Silva “para que um português possa seguir em frente” e esse cenário acabou por confirmar-se. Será mais um duro teste numa semana de superação em que está a conseguir “fazer aquilo de que tinha falado no Challenger no Jamor há pouco tempo, que é melhorar no dia a dia. Hoje fui melhor do que ontem e espero que amanhã seja melhor do que hoje.”
Entre Luís e Silva, o Faro Open também viu Tiago Pereira inscrever o nome nos quartos de final. O melhor tenista algarvio da atualidade (está no 503.º lugar, mas este ano já entrou no top 500) precisou de suar para dar a volta ao contemporâneo croata Mili Poljicak (297.º), também com 20 anos e ex-campeão júnior de Wimbledon, pelos parciais de 3-6, 7-6(5) e 6-4. Segue-se o wild card Tomas Curras Abasolo (915.º), responsável pela eliminação do cabeça de cartaz Maks Kasnikowski (224.º) ao vencer o polaco por 6-4 e 6-4.
Este resultado fez de Tiago Pereira quartofinalista de um torneio no Algarve pela primeira vez na carreira, exatamente um ano após ter conquistado, neste mesmo Faro Open, o primeiro título de pares na categoria M25 (acabou a época com oito troféus).
Esta quinta-feira, porém, a defesa do título foi interrompida logo à primeira tentativa, com Tiago Pereira a ceder ao lado do espanhol Alejandro Turriziani Alvarez(há um ano alinhou com Alexander Donski) para os suecos Erik Grevelius e Adam Heinonen por 6-2 e 6-1 num dos duelos da primeira ronda.
Diogo Marques foi, aliás, o único português a carimbar o acesso aos quartos de final de pares, superando a estreia com o espanhol Rafael Izquierdo Luque ao surpreender o brasileiro João Eduardo Schiessl e o colombiano Adres Urrea por 1-6, 6-2 e 10-5. Seguem-se o canadiano Justin Boulais e o norte-americano William Woodall.