Investigadora da UAlg vence 5.ª edição do FLAD Science Award Atlantic
Vânia Baptista, investigadora no Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, vai receber 300 mil euros de financiamento em três anos para desenvolver o projeto Finding Home – Discovering the lost phase of fish species, que procura aumentar o conhecimento sobre que processos controlam o destino das larvas de peixe durante as migrações entre as áreas de desova e berçário, conhecida como a “fase perdida”.
O projeto vencedor do FLAD Science Award Atlantic 2024 será desenvolvido em quatro regiões do Oceano Atlântico: na costa este, Portugal e São Tomé e Príncipe; na costa oeste, Estados Unidos e Dominica.
Este projeto inovador pretende preencher lacunas no conhecimento, incluindo uma melhor compreensão da variabilidade do recrutamento, dos impactos das alterações climáticas e do desenvolvimento de estratégias de gestão sustentável, proteção e conservação de importantes recursos e ecossistemas marinhos do Atlântico.
Para além do desenvolvimento científico, o Finding Home contribuirá para uma melhor compreensão das comunidades locais em relação à proteção dos ecossistemas, contribuindo para o progresso de Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID), como São Tomé e Príncipe, através do envolvimento destas comunidades no planeamento, recolha de dados, debate de resultados, e na elaboração de medidas de gestão, permitindo assim uma valorização do conhecimento local.
Segundo Michael Baum, membro do Conselho Executivo com o pelouro da Ciência, “o projeto vencedor do FLAD Science Award Atlantic 2024 vai permitir aumentar o conhecimento de que dispomos numa área científica na qual há ainda tanto por explorar, com ganhos potenciais tremendos para a investigação científica, mas também para a gestão, proteção e conservação dos recursos e ecossistemas do Atlântico. Ao envolver as comunidades locais em Estados em desenvolvimento – como São Tomé e Príncipe e Dominica -, o projeto da Vânia Baptista vai permitir que este conhecimento se traduza em ações concretas e desenvolvimento destas comunidades, garantindo que os ganhos são partilhados com todos.”
O parceiro institucional americano deste projeto será a professora Claire B. Paris, investigadora do Rosentiel School of Marine, Atmospheric, and Earth Science da University of Miami, trazendo consigo um background distinto em ecologia larvar, oceanografia costeira e modelação numérica.
Sobre o Prémio
O estudo do Atlântico é fundamental para compreender áreas muito diversas e multidisciplinares com impacto na sustentabilidade do planeta e na nossa qualidade de vida, desde a interação entre os oceanos, a atmosfera e o espaço, às alterações climáticas, fenómenos naturais e sustentabilidade.
Com a criação deste prémio, a FLAD pretende promover a nova geração de cientistas portugueses, e apoiar projetos com um grande foco na obtenção de resultados práticos, como a criação de engenharia e tecnologias, que facilitem a nossa compreensão e exploração dos ecossistemas atlânticos.
A avaliação das candidaturas foi feita por um júri de excelência composto por quatro elementos. O comité científico, que integra esse mesmo júri, é constituído por:
- Miguel Miranda, Professor Catedrático na Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa.
- Pedro Camanho, Professor Catedrático na Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto, e presidente do LAETA.
- Rui Ferreira dos Santos, Professor no CENSE – Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade NOVA de Lisboa.
- Elsa Henriques, Professora Associada no Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa