Desporto

Francisca Jorge e Matilde Jorge sagram-se vice-campeãs do The Campus Carby Volkswagen Ladies Open

As portuguesas Francisca Jorge e Matilde Jorge foram destronadas pela britânica Heather Watson e a australiana Olivia Gadecki, que venceram as campeãs em título numa final entre favoritas para conquistarem o The Campus Carby Volkswagen Ladies Open. Organizado pelo complexo multidesportivo que está situado no coração da Quinta do Lago com o apoio da Federação Portuguesa de Ténis, este ITF de 40.000 dólares termina no domingo com a final de singulares entre Harriet Dart e Gabriela Knutson.

Apesar de este ter sido o primeiro torneio em que uniram esforços, Watson e Gadecki não acusaram qualquer falta de rotinas lado a lado e só precisaram de 69 minutos para vencerem as duas melhores tenistas portuguesas da atualidade com os parciais de 6-4 e 6-1.

Numa decisão com vários pontos decisivos ao 40-40, Francisca Jorge e Matilde Jorge (respetivamente 133.ª e 136.ª classificadas no ranking mundial de pares) não apresentaram a mesma assertividade de ocasiões anteriores e perderam aquela que foi a 25.ª final juntas no circuito internacional.

“Foi uma final bem disputada, especialmente no primeiro set. Depois acabou por desnivelar a favor delas. Foram muito agressivas e competentes, não cometeram muitos erros e isso dificultou a nossa prestação”, reconheceu Francisca Jorge, a mais velha (23 anos).

Matilde Jorge (19 anos) acrescentou que “já são bastantes finais lado a lado e isso demonstra que temos nível e que temos sido uma constante ao longo destes dois anos. Queremos continuar a jogá-las, a ganhá-las e continuar a subir no ranking.”

As duas irmãs naturais de Guimarães e atualmente a treinar no Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis procuravam o 15.º título enquanto parceiras.

Quanto a Watson e Gadecki, apesar de este ter sido o primeiro torneio em que formaram parceria, quer uma, quer outra já estão habituadas a triunfar inclusive em torneios maiores: para a australiana (111.ª no ranking mundial da variante) tratou-se do 10.º título da carreira e quinto de um ano em que já venceu um WTA 125; já a britânica, atualmente no 110.º lugar e ex-39.ª, aumentou para nove o número de títulos de pares num currículo em que se destacam cinco no circuito WTA (e outros quatro em singulares).

“Treinámos juntas muitas vezes ao longo deste ano em Londres, por isso damo-nos muito bem fora do court e acho que a química se notou dentro do campo durante esta semana. Foi uma semana ótima, num torneio fantástico e diverti-me muito a jogar com a Olivia”, afirmou Watson depois de erguer o troféu perante a mãe, vários amigos e outros compatriotas. 

Gadecki corroborou as declarações da parceira: “Sabíamos que íamos precisar do nosso melhor ténis para conseguirmos derrotá-las e estou muito feliz porque conseguimos fazê-lo. A chave da vitória foi o nosso trabalho de equipa e divertimo-nos muito a jogar juntas.”

Com o título de pares entregue, a segunda edição do The Campus Carby Volkswagen Ladies Open ficará concluída no domingo com a final de singulares: a partir das 11 horas, Harriet Dart (145.ª WTA e 84.ª em julho de 2022) e Gabriela Knutson (201.ª e já com a garantia de entrar pela primeira vez no top 200 na segunda-feira) estarão frente a frente pelo título mais importante das respetivas carreiras.

A primeira a garantir a presença na final foi Knutson. A checa de 26 anos derrotou a australiana Arina Rodionova (163.ª e quinta cabeça de série) por 6-2 e 6-2 num encontro que dominou e que teve a particularidade de colocar frente a frente duas jogadoras que aqueceram juntas ao longo de toda a semana — inclusive na manhã deste sábado.

As quatro vitórias já somadas no The Campus permitiram a Gabriela Knutson apurar-se pela sexta vez no ano e na carreira para uma final de singulares. Com três títulos (todos em torneios de 25.000 dólares e o mais recente deles em Guimarães) no currículo, a checa tentará conquistar no domingo o mais importante, que seria a cereja no topo do bolo para uma semana que já lhe assegurou a estreia entre as 200 primeiras do ranking.

“É uma sensação incrível. Esta é a final mais importante da minha carreira e estou muito orgulhosa por chegar aqui porque quando vi a lista pensei que o torneio estava muito forte“, afirmou antes de se corrigir a si própria: “Acabo de me aperceber que esta é a minha segunda final mais importante e não a primeira (risos), mas tenho essa sensação porque o nível deste torneio é muito mais elevado e venci jogadoras muito bem classificadas. Isso faz com que esta final me saiba ainda melhor.”

O elenco da final ficou completo com Dart. Depois das derrotas de Heather Watson e Eden Silva na véspera, a terceira melhor jogadora britânica da atualidade (atrás de Katie Boulter e Jodie Burrage, ambas no top 100) passou a ser a única representante perante os muitos compatriotas que visitaram o The Campus ao longo de toda a semana.

E este sábado deu-lhes mais um motivo para celebrarem ao passar com os parciais de 6-3 e 6-4 pela romena Elena Gabriela Ruse, recuperada de várias lesões que a fizeram cair do 51.º lugar no ranking até ao 185.º que ocupa atualmente, tendo inclusive um título WTA no currículo.

“Foi um encontro complicado porque esteve mais vento do que nos dias anteriores e ela é uma adversária difícil. Houve alguns altos e baixos e foi incrivelmente desafiante, sobretudo as trocas de bolas muito longas que tivemos. Espero que tenham sido boas para o público”, revelou entre sorrisos a tenista londrina.

Apesar de ser um nome conhecido no circuito internacional, Harriet Dart tem apenas cinco títulos de singulares no currículo (o mais recente este ano) e nenhum numa categoria superior à de 25.000 dólares — um facto que a apanhou de surpresa na entrevista rápida após o triunfo.  

Assim sendo, as duas finalistas terão a oportunidade de sair do The Campus Carby Volkswagen Ladies Open com o título mais importante das carreiras.