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Segurança Rodoviária Balanço de 2021dados provisórios

A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) divulga os principais resultados de sinistralidade, fiscalização e contraordenações rodoviárias relativos ao ano de 2021. Os dados que se apresentam são provisórios, referem-se ao continente e resultam dos indicadores a 24 horas.

Apesar de uma redução de 18% no número de vitimas mortais face a 2019, em 2021 os acidentes rodoviários ainda tiraram a vida a 389 pessoas em Portugal Continental

No ano de 2021 registaram-se 28.868 acidentes com vítimas dos quais resultaram 389 vítimas mortais, 2.093 feridos graves e 33.812 feridos leves.

Estes resultados reforçam a tendência decrescente verificada ao nível das vítimas mortais e dos feridos leves e uma estabilização dos feridos graves desde 2017.

Por comparação com o ano 2019 são visíveis os progressos positivos ao nível de todos os indicadores, superiores à redução verificada no consumo de combustível rodoviários (menos 11%) e consequentemente à circulação rodoviária: menos 19% de acidentes com vítimas, menos 18% de vítimas mortais, menos 9% de feridos graves e menos 22% de feridos leves.

Comparativamente com o ano de 2020 verificou-se que o número de acidentes com vítimas aumentou 9% (mais 2.367), tendo o número de vítimas mortais reduzido 0,3% (menos uma). Apesar da descida muito ligeira do número de vítimas mortais, os feridos graves sobem 14%, o equivalente a 264 pessoas, e os feridos leves aumentaram 10% (mais 3.106).

Estes resultados são consequência, em grande medida, do facto do ano de 2020 ter sido um ano atípico, fortemente condicionado pelas restrições na mobilidade, e consequentemente com uma redução da circulação rodoviária, a qual teve um aumento em 2021, na mesma ordem de grandeza do aumento no consumo de combustível rodoviário: mais 5%.

Dos valores de sinistralidade registados em 2021, destacam-se as seguintes dimensões face a 2020:

▪ Relativamente à natureza de acidente foram os despistes que originaram o maior número de vítimas mortais (185, 48% do total) e as colisões o maior número de feridos graves (920, 44% do total). Os atropelamentos fizeram 47 vitimas mortais (12% do total) o que representou uma redução de 20% face ao ano anterior.

  • ▪  Observando a sinistralidade a nível distrital, as maiores diminuições no número de vítimas mortais verificaram-se nos distritos de Portalegre (menos 8 vítimas mortais, menos 67%), da Guarda (menos 6 vítimas mortais, menos 46%) e de Castelo Branco (menos 4 vítimas mortais, menos 36%). Os maiores aumentos registaram-se em Bragança (mais 9 vítimas mortais, mais 180%), em Braga (mais 13 vítimas mortais, mais 54%) e em Vila Real (mais 3 vítimas mortais, mais 50%).
  • ▪  Quanto ao tipo de via, a maioria das vitimas ocorreu nos Arruamentos, Estradas Municipais, Estradas Nacionais e Regionais. As autoestradas tiveram uma redução de 33% nas vitimas mortais (menos 16) e um aumento de 36% nos feridos graves (mais 40).
  • ▪  No que toca à distribuição mensal, foram os meses de julho, agosto e setembro que se registaram o maior número de vítimas mortais (144, 37%), sendo que o maior número de feridos graves se registou em agosto, setembro e outubro (670, 32%).
  • Condutores adotam comportamentos mais seguros e taxa de infração reduz 17,3% face a 2021No âmbito da fiscalização, em 2021, foram fiscalizados mais de 112,4 milhões de veículos, um aumento de 9% em comparação com 2020, sendo que os radares SINCRO da ANSR foram responsáveis por 90% do total dos veículos fiscalizados.Nestas ações de fiscalização foram detetadas mais de um milhão e cem mil infrações, o que representa uma diminuição de 8% face ao ano anterior, em grande parte devido à redução de 23% das infrações registadas nos radares SINCRO da ANSR, consequência do funcionamento eficiente deste sistema, que é acompanhado por uma redução dos indicadores de sinistralidade nos locais onde os radares estão instalados.Em consequência do aumento da fiscalização e da redução das infrações, a taxa de infração (n.o total de infrações/n.o total de veículos fiscalizados) reduziu 17,3% comparativamente com 2020, situando-se nos 1,08%.
  • Infrações por excesso de velocidade reduzem 13%, mas representam 60% do totalA velocidade representou 60% do total das infrações, seguida das inspeções periódicas com 5%. Comparando com o ano anterior, as infrações por velocidade reduziram 13% e as infrações relacionadas com a inspeção periódica obrigatória registaram um aumento de 53%.Relativamente à velocidade, a taxa de infração (no de infrações de velocidade/ no de veículos fiscalizados) reduziu 18,8%, de 0,69% em 2020 para 0,56% em 2021.Quanto à condução sob o efeito do álcool, em 2021 foram submetidos ao teste de pesquisa de álcool 1.380.766 condutores, o que representa um aumento de 23% comparativamente a 2020, tendo a taxa de infração (no de infrações por álcool/ no de testes efetuados) também aumentado em 1,9%, de 1,62% em 2020 para 1,65% em 2021.

A criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, aumentou 27,0%, atingindo 25.388 condutores. Do total, 47% deveu-se ao Álcool, com um aumento de 26% comparativamente ao verificado no ano transato.

Sancionamento rodoviário mais eficaz: redução de 99% nos autos prescritos entre 2017 e 2019

No que respeita ao sancionamento, entre 2017 e 2020 o número de autos de contraordenação decididos aumentou 55% e os autos de contraordenação prescritos reduziram 99%: de 61.676 que prescrevem em 2017 para 716 em 2021.

Até ao final de 2021, 438.739 condutores foram sancionados com a subtração de pontos na carta de condução, um aumento de 80% face ao ano anterior (244.258 condutores) e 1810 condutores viram a sua carta cassada, dos quais 439 em 2021 (24% do total).

A Sinistralidade Rodoviária é um dos problemas mais graves das sociedades atuais sendo considerada uma questão de saúde pública. A nível mundial é a primeira causa de morte nos mais jovens e a oitava para todas as idades.

Os acidentes rodoviários podem ser evitados. A sinistralidade rodoviária não é uma fatalidade e pode ser combatida com sucesso se os vários intervenientes do sistema e toda a sociedade assumirem o seu compromisso e responsabilidade nesta causa, tornando-a um desígnio Nacional para chegarmos às Zero Mortes. Contamos com todos.