Nacional

Primeiros oito meses do ano: número de vítimas mortais desce, acidentes com vítimas aumentam

Entre janeiro e agosto de 2021 registaram-se 17.668 acidentes com vítimas no Continente, dos quais resultaram 242 vítimas mortais, 1.261 feridos graves e 20.630 feridos leves.

Comparativamente com o período homólogo de 2020, observou-se uma redução no número de vítimas mortais, menos 14 (-5,5%), e um aumento nos feridos: mais 55 feridos graves (+4,6%) e mais 784 feridos leves (+4,0%). Os acidentes com vítimas aumentaram 3,7% (+629).

Se compararmos com a média destes oito meses dos anteriores 5 anos (2016 a 2020), verificaram-se reduções nos totais de todos os principais indicadores: -16,3% nos acidentes, -19,9% nas vítimas mortais, -8,9% nos feridos graves e -19,1% nos feridos leves.

Ainda relativamente à sinistralidade rodoviária salienta-se:

▪       A colisão foi a natureza de acidente mais frequente (53,5% dos acidentes) apesar de estar na origem de 40,9% das vítimas mortais. Por sua vez, os despistes, que representaram 35,3% do total de acidentes, corresponderam a 46,7% das vítimas mortais e a 42,7% dos feridos graves. 

▪       Quanto ao tipo de via, verificou-se que nos arruamentos (64,5% dos acidentes), as vítimas mortais e os feridos graves aumentaram 9,3%, e 8,3% respetivamente. Nas estradas nacionais, onde ocorreram 18,2% dos acidentes, verificou-se a diminuição de 14,5% nas vítimas mortais.

▪       No que respeita à categoria de utente, considerando as vítimas mortais, 71,9% do total eram condutores, enquanto passageiros e peões corresponderam ambos a 14%. Em termos de variação homóloga, verificaram-se reduções de 20,9% nas vítimas mortais com perfil de passageiro e de 22,7% nos peões, a par de um aumento de 3% nos condutores, correspondendo, respetivamente, a -9, -10 e +5 vítimas mortais que em 2020.

▪       Em relação à categoria de veículo interveniente nos acidentes, os automóveis ligeiros corresponderam a 70,4% do total, com um aumento de 4,9% relativamente ao período homólogo de 2020, sendo ainda de referir as subidas verificadas nos ciclomotores e motociclos (+4,8%) e nos velocípedes (+21,9%). 

▪       De janeiro a agosto de 2021, 42,6% do número de vítimas mortais registou-se na rede rodoviária sob responsabilidade de 3 gestores de infraestruturas: Infraestruturas de Portugal (peso de 35,5% no total), Brisa (4,5%) e Município de Torres Vedras (2,5%)

Relativamente à fiscalização de veículos e condutores, bem como processos contraordenacionais, salienta-se:

▪       Entre janeiro e agosto de 2021 foram fiscalizados 77,4 milhões de veículos, quer presencialmente, quer através de meios de fiscalização automática, uma diminuição de 0,4% em relação ao mesmo período de 2020. A GNR e a PSP em conjunto registaram uma descida de 1,1% no número de veículos fiscalizados, sendo que o sistema de radares SINCRO gerido pela ANSR registou uma redução de 0,9%.

▪       Foram detetadas 778,1 mil infrações, o que representa uma diminuição de 9,4% face ao período homólogo do ano anterior.

▪       A taxa de infração (nº de infrações/ nº de veículos fiscalizados) foi de 1,01%, uma redução de 9,1% face à taxa de 1,11% registada em 2020.

▪       Relativamente à tipologia de infrações, 60,5% do total registado neste período foi referente a excesso de velocidade. Verificou-se diminuição em algumas tipologias de infrações, sendo de realçar -15,2% por excesso de velocidade e -7,9% nas transgressões por consumo de álcool acima do limite legal. Por outro lado, salientam-se os aumentos de 95,7% nas infrações pela ausência de inspeção periódica obrigatória, de 45,2% nas infrações pelo não uso de sistemas de retenção para crianças e de 22,8% nas infrações pelo não uso de cinto de segurança.

▪       Quanto ao excesso de velocidade, a taxa de infração (nº de infrações de velocidade/ nº de veículos fiscalizados) reduziu 14,8%, de 0,7% entre janeiro e agosto de 2020 para 0,6% nos mesmos meses de 2021.

▪       Relativamente à condução sob o efeito do álcool, entre janeiro e agosto de 2021 foram submetidos ao teste de pesquisa de álcool 904,7 mil condutores, o que representa um aumento de 18,4% comparativamente a 2020, embora a taxa de infração (nº de infrações por álcool/ nº de testes efetuados) tenha diminuído 22,2%, de 1,7% em 2020 para 1,3% em 2021, no mesmo período.

▪       A criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, aumentou 21,5% entre janeiro e agosto de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020, atingindo 16,3 mil condutores. Do total, 45,4% deveu-se à falta de habilitação legal para conduzir, com um aumento de 40,1% destes casos, comparativamente ao verificado entre janeiro e agosto de 2020.

▪       O número de condutores que perdeu pontos na carta de condução foi 272,9 mil, até agosto de 2021. Desde a entrada em vigor do sistema de carta por pontos até final de agosto de 2021, 1.683 condutores ficaram com o seu título de condução cassado.

O relatório de sinistralidade e fiscalização rodoviária relativo aos primeiros oito meses de 2021, divulgado hoje, pode ser consultado no site da ANSR (www.ansr.pt).

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *