Prémio Camões 2020 foi atribuído a Vítor Manuel de Aguiar e Silva.
No seguimento da reunião do júri da 32ª edição do Prémio Camões, que decorreu em Lisboa no dia 27 de outubro, a Ministra da Cultura anuncia que o Prémio Camões 2020 foi atribuído a Vítor Manuel de Aguiar e Silva.
O júri justificou a escolha do seguinte modo:
“A atribuição do Prémio Camões a Vítor Aguiar e Silva reconhece a importância transversal da sua obra ensaística, e o seu papel activo relativamente às questões da política da língua portuguesa e ao cânone das literaturas de língua portuguesa.
No âmbito da teoria literária, a sua obra reconfigurou a fisionomia dos estudos literários em todos os países de língua portuguesa. Objecto de sucessivas reformulações, a Teoria da Literatura constitui-se como exemplo emblemático de um pensamento sistematizador que continuamente se revisita. Releve-se igualmente o importante contributo dos seus estudos sobre Camões.”
A Ministra da Cultura, Graça Fonseca, destaca as “qualidades intelectuais e académicas, mas também pelo perfil humanista com que marcou de um modo decisivo gerações de alunos, um pouco por todos os lugares onde ensinou, bem como leitores”.
Nasceu em Penalva do Castelo em 1939. Ensaísta e professor universitário.
Tendo obtido todos os seus graus e títulos académicos na Universidade de Coimbra, foi professor catedrático da Faculdade de Letras da mesma Universidade até 1989, ano em que solicitou a sua transferência para a Universidade do Minho. Nesta Universidade, foi professor catedrático do Instituto de Letras e Ciências Humanas, fundou e dirigiu o Centro de Estudos Humanísticos e a revista Diacrítica e desempenhou as funções de vice-reitor de Junho de 1990 a Julho de 2002, data em que passou à situação de professor aposentado.
Tem-se dedicado especialmente ao estudo da Teoria da Literatura, domínio em que a relevância do seu ensino e da sua investigação é nacional e internacionalmente reconhecida, e da Literatura Portuguesa do Maneirismo, do Barroco e do Modernismo. Os estudos camonianos têm constituído objecto constante da sua actividade de investigador.
Entre vários prémios, a Universidade de Évora atribuiu-lhe o Prémio Vergílio Ferreira de 2002. Em 2007, foi-lhe atribuído o Prémio Vida Literária, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores e pela Caixa Geral de Depósitos. Em 2018, recebeu o Prémio Vasco Graça Moura de Cidadania Cultural.
O Prémio Camões, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1989, é o prémio de maior prestígio da língua portuguesa. Com a sua atribuição, é prestada anualmente uma homenagem à literatura em português, recaindo a escolha num escritor cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento da língua portuguesa.
O júri da 32ª edição do Prémio Camões é constituído por Clara Rowland, professora universitária (Portugal); Carlos Mendes de Sousa, professor universitário (Portugal), Antonio Cícero, professor universitário (Brasil); António Hohlfeldt, professor universitário (Brasil); Tony Tcheka, escritor (Guiné-Bissau); Nataniel Ngomane, professor universitário (Moçambique).
O Prémio Camões foi já atribuído, por ordem cronológica, a Miguel Torga (Portugal), João Cabral de Mello Neto (Brasil), José Craveirinha (Moçambique), Vergílio Ferreira (Portugal), Rachel de Queiroz (Brasil), Jorge Amado (Brasil), José Saramago (Portugal), Eduardo Lourenço (Portugal), Pepetela (Angola), António Cândido (Brasil), Sophia de Mello Breyner Andresen (Portugal), Autran Dourado (Brasil), Eugénio de Andrade (Portugal), Maria Velho da Costa (Portugal), Rubem Fonseca (Brasil), Agustina Bessa-Luís (Portugal), Lygia Fagundes Telles (Brasil), Luandino Vieira (Angola), António Lobo Antunes (Portugal), João Ubaldo Ribeiro (Brasil), Arménio Vieira (Cabo Verde), Ferreira Gullar (Brasil), Manuel António Pina (Portugal), Dalton Trevisan (Brasil), Mia Couto (Moçambique), Alberto da Costa e Silva (Brasil), Hélia Correia (Portugal), Radouan Nassar (Brasil), Manuel Alegre (Portugal), Germano Almeida (Cabo Verde), Chico Buarque (Brasil).
Fonte: Governo