Frederico Silva e Tiago Pereira voltaram a vencer e mantiveram em cima da mesa o cenário de uma final discutida por dois portugueses, mas a chuva impediu uma jornada dupla e adiou a realização das meias-finais do Faro Open para domingo. Diogo Marques foi travado nas meias-finais de pares e já sob os holofotes os finlandeses Patrick Kaukovalta e Eero Vasa foram coroados campeões.
O primeiro a garantir um lugar nas meias-finais foi Tiago Pereira. O melhor tenista algarvio da atualidade (está no 502.º lugar do ranking ATP) levou a melhor sobre o espanhol Tomas Curras Abasolo (915.º), vencedor do torneio wild card, com os parciais de 6-4 e 7-6(9) num duelo em que precisou de recuperar de um duplo break de desvantagem na segunda partida e de anular dois set points no tie-break.
“Fiz um excelente jogo. Ele joga muito mais do que o ranking dele diz e aliás já ganhou a adversários duríssimos. Tive de lutar muito para conseguir sair por cima. Ele é um jogador bastante imprevisível e eu, para ser sincero, estava à espera de algo diferente. Acelera muito em pancadas que eu diria que não são as pancadas certas para o fazer, mas a verdade é que estava a funcionar. Tem uma excelente esquerda, quer a cruzada quer a paralela, e mesmo a direita é muito sólida”, contou na entrevista após rubricar a terceira vitória da semana.
A vitória de Tiago Pereira ainda foi assinada ao ar livre, mas a de Frederico Silva (262.º) já aconteceu nos campos cobertos. Quarto cabeça de série, o caldense superou o compatriota Tomás Luís (1343.º) por 6-3 e 6-2 num encontro que foi interrompido e transferido após 15 minutos por causa das condições meteorológicas.
As dificuldades de adaptação a um court mais rápido e com mais reflexos foram visíveis nos dois portugueses, mas o mais cotado acabou por quebrar a resistência do jovem algarvio, apurado para os quartos de final de um torneio internacional pela segunda vez na carreira (primeira nesta categoria), e depois de recuperar o break de atraso na primeira partida agarrou o ascendente até ao fim.
“Até agora tenho conseguido ultrapassar bem os desafios que me vão aparecendo pela frente. Hoje foi mais um complicado porque começámos cá fora, depois fomos para dentro e as condições são totalmente diferentes. Não foi fácil adaptar-me às condições, mas no segundo set já me senti mais confortável”, reconheceu o mais cotado dos jogadores portugueses que viajaram até ao Algarve.
Tomás Luís foi o quarto compatriota que Frederico Silva enfrentou nas últimas três semanas e mereceu elogios: “Tem evoluído bastante nos últimos meses e está com um nível muito melhor em relação às últimas vezes em que o tinha visto. Treinei algumas vezes com ele nos Challengers do início do ano e já tinha notado essa evolução. É um jogador consistente, que se movimenta bastante bem e obriga a jogar. Ainda pode evoluir no peso de bola e nas bolas de definição do ponto, mas está com uma base de consistência muito boa e uma boa base para evoluir.”
Inicialmente, as meias-finais também se realizariam este sábado, mas o atraso causado pela chuva e impossibilidade de se utilizar o segundo campo coberto levaram ao adiamento para domingo, que assim será elevado a jornada dupla.
Logo às 10 horas, e em simultâneo, Frederico Silva discutirá o apuramento para a final com o alemão Marko Topo (399.º), que liderava por 4-6, 6-2 e 2-0 quando Gabi Adrian Boitan (376.º) desistiu, e Tiago Pereira discutirá o acesso ao encontro do título com Liam Broady (702.º). O britânico já esteve no top 100 e este sábado passou pelo chinês Yi Zhou (375.º) com os parciais de 6-4 e 6-4.
Nos pares, Diogo Marques e o espanhol Rafael Izquierdo Luque perderam por 0-6, 7-6(4) e 10-7 com o norte-americano Andre Ilagan e o japonês Ryotaro Taguchi, que um par de horas depois cederam pelos parciais de 7-5 e 6-4 para os finlandeses Patrick Kaukovalta e Eero Vasa na decisão.