Cultura

Novembro junta música clássica e eletrónica, dança de kuduro, misty fest, som riscado e sessoões descontraídas no cineteatro louletano

Novembro entra em grande com um espetáculo inovador pela Orquestra do Algarve, juntando-lhe os Bubba Brothers, Eliseu Correia e Justino Santos, uma dupla de DJs sediados no Algarve.  

Entre 2 e 8 de novembro o coletivo PELE implementa o programa “Manifesta” na Praça do Mercado, no Terminal Rodoviário de Loulé, e no Jardim das Comunidades, em Almancil, com várias atividades que envolvem o Grupo de Pessoas Agitadoras da Cultura, as escolas Laura Ayres e D. Dinis de Quarteira, o projeto MUDAKI e a Casa da Cultura de Loulé, entre outros. A PELE é um coletivo artístico do Porto, que está desde maio em Loulé a desenvolver o projeto “Práticas Coletivas de Inquietude e Transformação” focado nas questões de Democracia Cultural no território. A iniciativa enquadra-se no programa ATOS, uma parceria entre o Teatro Nacional D. Maria II, a Fundação Calouste Gulbenkian e o Cineteatro Louletano.

No dia 5 de novembro, há cinema, com um filme de Ingmar Bergman, “Depois do Ensaio”, a assinalar o Dia Mundial do Cinema. É às 21h00, no Cineteatro Louletano, e conta com uma conversa com o crítico de cinema João Lopes. 

No dia 7, duas sessões abertas a escolas do concelho de Loulé, com “Democracia Portátil”, de José Leite, uma peça que aborda a importância de pensarmos a democracia dentro de nós. A peça tem interpretação em Língua Gestual Portuguesa.

No dia 8, chega a Loulé a 15ª edição do Misty Fest, este ano juntando o produtor espanhol de música urbana e eletrónica Santiago Gonzalo (mais conhecido como Brônquio) e uma das vozes mais poderosas do flamenco na atualidade, Rocio Márquez. É às 21h00 no Cineteatro Louletano.

No fim de semana, a 9 e 10 de novembro, está de regresso a Loulé a Mostra de Cinema da América Latina, que já vai na 14ª edição. Há filmes do Peru, Panamá, México, Bolívia e Uruguai. Para ver no Auditório do Solar da Música Nova, com sessões às 16h00 e 19h00.

No dia 12, terça-feira, mais uma sessão do Filme Francês do Mês, com “Revenir”, de Jessica Talude, um drama produzido em 2020.

E no dia 15, sexta-feira, às 21h00, há uma estreia que resulta de uma coprodução entre o Cineteatro Louletano, O Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo) e o Centro Cultural Vila Flor (Guimarães), que encabeçam o Projeto Casa (projeto que apoia financeiramente projetos de novos criadores). Trata-se de “Musseque”, peça de dança de Fábio Krayze, que vai buscar inspiração a Angola e ao Kuduro como forma popular de música e dança, marginalizada por alguns e adorada por muitos. A peça é precedida de uma residência de duas semanas em Loulé.

De seguida, a 16 de novembro, sábado, às 11h30, mais uma edição dos Concertos “Crescendo”, no Auditório do Solar da Música Nova, parceria entre o Cineteatro Louletano e o Conservatório de Música de Loulé – Francisco Rosado. Os “Crescendo” são oportunidades únicas para assistir à evolução dos jovens talentos desta escola pública de música, a única do seu género a sul do país. 

No domingo e segunda, dias 17 e 18, o Cineteatro Louletano recebe “A Maior Flor do Mundo e as Pequenas Memórias”, peça de teatro e música baseada na obra de José Saramago, pelo Leirena Teatro. A sessão de dia 17, às 11h30, é dirigida a crianças e famílias e tem os recursos de Audiodescriçāo e Língua Gestual Portuguesa. Já no dia 18, a sessão é às 10h30, dirigida a escolas. Em ambos os dias, as sessões são descontraídas, ou seja, são criadas com condições que permitem que pessoas neurodivergentes (com autismo, Asperger ou outras condições neurológicas) possam assistir mais facilmente.

A 19, pelas 21h00, um grande concerto de música clássica, pelos professores do Conservatório de Música de Loulé – Francisco Rosado. É o já tradicional Concerto de Santa Cecília, a padroeira dos músicos, numa iniciativa organizada pelo Conservatório em que os professores se reúnem e interpretam várias peças de música clássica (ou erudita), num espetáculo dirigido à comunidade, de entrada gratuita.

Caminhando para o fim de novembro, chega a 9ª edição do Som Riscado – Festival de Música e Imagem de Loulé, com produção e organização do Cineteatro Louletano. Desta vez, há dois nomes de peso com propostas irreverentes – Branko e Tó Trips, sempre aliando a componente da imagem ou do vídeo às performances musicais, e dando espaço também a projetos locais ou nomes menos conhecidos, que veem no Som Riscado uma oportunidade para criar e… arriscar. O programa completo será divulgado muito em breve. O Som Riscado é de quinta a domingo, de 20 a 24 de novembro, e decorre como habitualmente em vários espaços da cidade, incluindo a Casa da Cultura de Loulé, o Palácio Gama Lobo e o bar Bafo de Baco. No Som Riscado, haverá uma sessão com Audiodescrição e outra com Língua Gestual Portuguesa. O Som Riscado incorpora também, como habitualmente, atividades de Mediação com escolas.

No dia 26, peça integrada no ciclo Encontros do Devir, da Devir/CAPA. Desta vez, trazida pelo Teatro Praga e dirigida às crianças do 1º e 2º ciclos do ensino básico do concelho de Loulé. “Fazer uma Canção” é uma homenagem ao professor, filósofo e compositor José Barata Moura, autor, entre outras da canção “O Fungagá da Bicharada”, que ficou popular junto de várias gerações. A peça, às 10h30 no Cineteatro, é interpretada pelo músico Alex D’Alva Teixeira e é uma coprodução do Cineteatro Louletano, Teatro Praga, Município da Marinha Grande e São Luiz Teatro Municipal. 

Também no dia 26, mas no Palácio Gama Lobo, às 18h00, nova sessão do programa Atos, promovido pelo Teatro Nacional D. Maria II e pela Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com o Cineteatro Louletano.  O Atos é dirigido a profissionais das câmaras municipais e juntas de freguesia, profissionais da cultura, artistas, dirigentes associativos, decisores políticos, estudantes e professores e trata-se de um espaço de pensamento e debate sobre o lugar da participação na democracia cultural e nas práticas artísticas do território, promovendo as relações entre os presentes. 

No dia 27, às 21h00, mais uma peça do ciclo Encontros do Devir em coprodução com o CTL. Desta vez é “Sons of Sissy”, de Simon Mayer, uma peça em que quatro músicos tocam música folclórica alpina, despindo-se de preconceitos e da própria roupa, quebrando com as tradições e utilizando o humor para romper com os modelos masculinos. A peça tem o recurso de Audiodescrição, para pessoas cegas e/ou com baixa visão. 

O mês fecha com o Festival Contrapeso, evento organizado pela Mákina de Cena (Loulé) e coproduzido pelo Cineteatro Louletano. A 4ª edição intitula-se “NO CODER” (sem códigos/codificador/categorização). “NO CODER” traz a Loulé programação internacional e variada: desde espetáculos de teatro sem palavra que contam histórias duríssimas – ‘Une histoire Vraie’, pela Ajagato S.A. com Lionel Ménard (PT/FR); à reinvenção de clássicos sem qualquer pudor – ‘As Criadas’, pela Companhia do Chapitô (PT); e duas propostas que questionam a identidade feminina, quer a nível de pertença física e nacionalidade –  ‘Femme Hybride’, por Ulima Ortiz (FR/CO), quer sobre o seu envelhecimento, numa sátira bufonesca pelo Stumble Trip Theatre (UK). Pelo meio ainda surge uma performance interativa, em que o público controla os passos do intérprete – iMythos, por Matilde Javier Círia / Ni.butoh (ES). Na música há Música Nuda (IT), com 20 anos de carreira a cruzar música improvisada e jazz com os maiores êxitos da pop mundial, ainda a estreia de ‘Kandar…’, de José Cruz, e o gigante do contrabaixo, a solo, Adam Ben Ezra (IL).

Com uma programação de referência (que pode consultar no site e nas redes sociais do Cineteatro), recorde-se que o CTL está credenciado pela Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, integrando ainda a Rede de Teatros com Programação Acessível e proporcionando espetáculos com interpretação em Língua Gestual Portuguesa para Surdos (com “S” maiúsculo são falantes de Língua Gestual Portuguesa) e outros com Audiodescrição, para pessoas cegas ou com deficiência visual. 

O CTL é uma estrutura cultural da Câmara Municipal de Loulé no domínio das artes performativas, e um dos promotores da Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve e da Rede 5 Sentidos.