Desporto

Frederico Silva e Pedro Araújo continuam a todo o gás e estão nas meias-finais do Vale do Lobo Open III

Frederico Silva e Pedro Araújo são os dois melhores jogadores da quinzena na Vale do Lobo Tennis Academy e estão a uma vitória cada de repetir no Vale do Lobo Open III, ITF M25 organizado pela Federação Portuguesa de Ténis de 17 a 24 de novembro, a final de há uns dias do segundo torneio.

O número cinco nacional Frederico Silva (384.º ATP) atingiu esta sexta-feira a marca redonda das 50 vitórias internacionais em 2024. O tenista de 29 anos continua sem saber perder nas duas provas do sul do país e garantiu uma vaga nas meias-finais ao superar o romeno Stefan Palosi (501.º) por 7-5 e 6-2.

Apesar dos parciais diretos, o duelo teve a duração de 2h17 muito devido ao primeiro set de mais de uma hora e meia, no qual Palosi entrou várias vezes em discussão com o árbitro do encontro. O tenista natural das Caldas da Rainha necessitou de manter a compostura e depois de uma entrada em falso (3-0) recuperou o break no quinto jogo, salvou um set point no décimo e praticamente sentenciou o embate ao arrecadar o primeiro set.

“Precisei de algum tempo para aceitar que estava a jogar bem mas ele ainda melhor. Consegui aos poucos ir ajustando a tática e mantive a calma e a confiança. A esquerda paralela é a melhor pancada dele e criou-me muitas dificuldades no início. Tive de mudar mais para a direita, ajustar mais a altura da bola e senti que o jogo foi mudando para o meu lado”, analisou.

Por cima no resultado e com ascendente mental, Frederico Silva impôs a lei do mais forte daí em diante para celebrar a meia centena de triunfos na presente época, aos quais se juntam outros quatro para vencer um inédito Campeonato Nacional Absoluto. “Gostava de ter menos vitórias e estar nos Challengers (risos). Mas vitórias são vitórias seja em que nível for e estou muito satisfeito pelo que tenho feito nestes últimos torneios”.

As contas ficam mais recheadas dia após dia, mas vale a pena fazer a contabilidade: o sucesso nos quartos de final garantiu um oitavo consecutivo em Vale do Lobo, um 12.º de empreitada se os quatro do Jamor entrarem no papel e um 16.º triunfo nos derradeiros 17 duelos internacionais, isto desde meados de outubro a caminho do troféu na Beloura.

A meia-final deste sábado será nona da temporada para Frederico Silva, num ano iniciado somente a meio de março devido a uma operação ao ombro esquerdo. E para continuar a senda vitoriosa, o jogador do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis terá de vingar a derrota do compatriota Tiago Pereiraafastado das meias-finais pelo espanhol John Echeverria (722.º) por duplo 6-1.

“Ele é um jogador bastante aguerrido rápido e que obriga a jogar todos os pontos. Alimenta-se muitos dos erros dos adversários, gere muito bem o jogo, movimenta-se bem e joga em contra-ataque. Vou ter de assumir as despesas, ser agressivo, comandar os pontos e aceitar os erros”, anteviu Silva.

Tiago Pereira, sétimo cabeça de série (534.º), não se apresentou a 100% – tem jogado com uma fissura no dedo grande do pé direito e, ao compensar, começou também a sentir dores na perna esquerda – e foi presa fácil para o adversário de 22 anos, que triunfou em 67 minutos, ao cometer imensos erros não forçados perante a extrema solidez de Echeverria. O jovem algarvio de 20 anos só amealhou 11 de 37 pontos no serviço.

Pedro Araújo (468.º) viveu um filme já visto anteriormente e com o mesmo final feliz. O lisboeta de 22 anos voltou a sair por cima num tremendo duelo com o norueguês Viktor Durasovic (433.º) para rumar à oitava semifinal da época com os parciais de 7-6(3) e 7-6(4) em 2h18 de compromisso.

Desta vez, e ao contrário das duas ocasiões (e de outra em 2022, em Loulé) em que estiveram frente a frente a semana passada, Pedro Araújo não necessitou de salvar match points para bater o tenista nórdico de 27 anos. No entanto, salvou quatro pontos de set no segundo parcial. 

O quinto cabeça de série (o norueguês é o quarto) voltou a mostrar maior solidez neste confronto, aguentou as investidas hiperagressivas da direita de Durasovic (importante sobreviver aos inícios de jogadas) e celebrou pela quarta vez em quatro duelos (cinco com o de pares) frente ao mais cotado opositor. 

“Tentei aguentar-me ao máximo nos pontos e fazê-lo ver que não vou dar nada de graça, até porque ele tanto faz grandes bolas como faz algumas disparatadas. Fui feliz nesses momentos”, aludiu quando questionado em concreto sobre os momentos mais tensos do encontro.

Finalista na primeira semana da quinzena, a terceira final da carreira e do ano e a mais importante de todas, Pedro Araújo regressou, assim, às meias-finais em Vale do Lobo e para disputar novamente a decisão terá de bater ou o belga Gauthier Onclin, principal cabeça de série da competição (264.º), que superou o espanhol Mario Gonzalez Fernandez (592.º) na maior batalha do torneio: 3h25 com os parciais de 7-6(2), 5-7 e 6-2.

O atual número seis nacional está em grande forma e garantiu a 45.ª vitória de 2024, a oitava meia-final da temporada e a 10.ª da carreira. E vai continuar a escalar no ranking – ficará à porta do top 400 quando em outubro de 2023 chegou a cair para o posto 963.

“Tenho sido consistente durante o ano e isso é bom. É importante estar muitas vezes nas fases finais e só assim conseguirei subir de nível”, sublinhou.

Pedro Araújo é o primeiro dos jogadores portugueses a entrar em ação este sábado, às 10h30. E depois da meia-final do compatriota caldense terá duplo compromisso tal como teve sempre na reta final do torneio anterior.  

Sensivelmente uma semana depois de terem cedido na final, Pedro Araújo e Finn Bass carimbaram de novo na decisão do quadro de pares. A dupla luso-britânica bateu o par composto por Patrick Kaukovalta (Finlândia) e Johannes Seeman (Estónia) com os parciais de 7-5 e 7-6(5) para atingir a final.

Com dois títulos no palmarés de pares, Pedro Araújo (407.º ATP da variante) vai disputar a nona final coletiva da carreira face aos britânicos Tom Hands e Harry Wendelken no terceiro e derradeiro embate da penúltima jornada da quinzena.