O Pedra Dura regressa a Lagos, em Novembro. Um festival para desafiar um corpo erradamente fixo
De 7 a 16 de novembro, o Pedra Dura – Festival de Dança do Algarve regressa a Lagos para desafiar “um corpo erradamente fixo”. Nesta terceira edição, o festival volta a crescer. São 37 propostas entre espetáculos, concertos, exposições, masterclasses e muito mais. O programa completo já está disponível em www.festivalpedradura.com.
Num mundo em ebulição, é preciso inventar novas formas de viver em coletivo. Por isso, o festival arranca simbolicamente numa escola do 1.º ciclo, com Coreografia em sala de aula, de João dos Santos Martins. Depois, o Pedra Dura orbita em torno do Centro Cultural de Lagos, onde é apresentado o espetáculo de La Compagnie Non Nova – Phia Ménard, L’après-midi d’un foehn – Versão 1. No mesmo dia, é exibido o filme Darktraces: on ghosts and spectral dances de Jo Castro & João Catarino e inaugura a instalação Cisnografia: a reescrita do cisne de Luiz Antunes, bem como a exposição do CenDDA – Centro de Documentação de Dança do Algarve.
Ao longo das duas semanas seguintes, as propostas serão tão variadas quanto quem as protagoniza. Vera Mantero apresenta ___chãocéu| com Henrique Furtado Vieira e João Bento. Os Papillons d’éternité (Matthieu Ehrlacher & Tânia Carvalho) fazem a estreia nacional do concerto Greta Oto. E do Louvre para Lagos, o coreógrafo brasileiro Volmir Cordeiro apresenta Rua com Washington Timbó e Outrar. Mas há mais.
Novidade desta edição é a aposta nas residências artísticas. O objetivo é criar vínculos mais duradouros entre artistas e comunidade. Do Brasil, Andrei Bessa e Izabel Nejur partilham os seus processos de criação, no contexto da Queer Art Lab, projeto que promove a diversidade artística e cultural, incentivando propostas inovadoras e colaborativas que refletem a pluralidade de vozes e experiências da comunidade LGBTQIA+. De Itália, Matteo Sedda desenvolve a experiência hipnótica de Fuck me blind e interpreta neverstopscrollingbaby de Vitamina. E Beatriz Marques Dias e Alexandre Moniz mergulham durante 15 dias no Centro Ciência Viva de Lagos para encontrar um Universo no céu da boca.
As novidades continuam com Márcia Lança a apresentar o solo Cavala. Os Palcos Instáveis Segunda Casa trazem performances de Maria R. Soares & Antonio Marotta e Margarida Constantino. E Fábio (Krayze) Januário revisita o passado de guerra civil em Angola para desvendar a força de resistência do kuduro, em Musseque.
De regresso ao Pedra Dura, estão Ana Borralho & João Galante, que tinham marcado presença na primeira edição e apresentam agora O centro do mundo, Silvana Ivaldi, que apresenta Icona a partir do capítulo Paraíso da Divina Comédia de Dante, e Von-Cente, que aquecerá o final da primeira semana com um Dj set de sonoridades forradas a sofisticação.
Para os amantes de imagens em movimento, o festival conta ainda com projeção de Obcecada com a Luz, um filme sobre a bailarina Loïe Fuller e Crying Cycle 1, a estreia do primeiro capítulo de uma trilogia de vídeo-dança de Daniel Matos & João Catarino. Aos mais novos, está reservada a mostra de vídeo-dança, Little Shadow.
No universo da música, Violeta Azevedo faz-se acompanhar de uma orquestra eletrónica em Canção para Caranguejes e Lana Gasparotti é a reponsável pela instalação sonora e live act, L Í Q U I D A, na Taberna do Guerreiro. A encerrar o festival, o Armazém Regimental de Lagos vai encher-se ao som daquele que é já uma lenda urbana e suburbana, o DJ Marfox.
Para ficar a conhecer todos os detalhes deste programa, que conta ainda com uma jam session de Rina Marques, com a F.E.R.A. – Feira de edições realizadas por artistas da Apneia Colectiva, com o lançamento do jornal Coreia 11#, com masterclasses de Silvana Ivaldi, Sylvia Rijmer & Cláudia Sevivas, Connor Scott e Pedro Sena Nunes, com propostas do Centro Ciência Viva de Lagos e com um podcast e conversas com artistas conduzidas por Tiago Mansilha, aceda ao site do festival: www.festivalpedradura.com.
O Pedra Dura conta com a direção artística de Daniel Matos e Joana Flor Duarte. Uma coprodução da Cama – Associação Cultural e do Município de Lagos, com o apoio da República Portuguesa / Direção Geral das Artes.