Cultura

O Cineteatro Louletano prossegue em outubro a sua programação eclética onde cabem atividades ligadas à Música, Dança e Teatro

O Cineteatro Louletano prossegue em outubro a sua programação eclética, onde cabem atividades ligadas à Música, Dança, Teatro, Pensamento, entre outras.

Está aí o outono, e com ele, o Dia Mundial da Música. A 1 de outubro, terça-feira, às 21h00, o Cineteatro Louletano oferece, como já é hábito, um espetáculo muito especial: desta vez, com a presença da voz inconfundível da cantora Maria João e o talento do contrabaixista Carlos Bica. Trazem ao palco o Maria João & Carlos Bica Quarteto, desafiando o público a uma viagem única pelo mundo do jazz. 

No dia 5, sábado, às 19h00, na Igreja Matriz de Loulé, arranca o 26º Festival de Música Antiga de Loulé – Francisco Rosado, numa produção do Cineteatro Louletano. O concerto é com os Alta Bellezza, um trio oriundo da Alemanha, especializado na interpretação historicamente informada em instrumentos de alta capella como as charamelas, o trompete antigo e a gaita de foles. O festival prolonga-se até dia 27 e passa por Loulé, Alte, Quarteira, Almancil, Boliqueime e Querença. O programa completo pode ser consultado no site do Cineteatro Louletano.

Ainda no sábado, mas mais tarde, às 21h00, há dança com uma estreia, uma criação de José Laginha e Marlene Vilhena. A coprodução entre o Cineteatro Louletano e o Teatro das Figuras chama-se “… e vi o Céu”, e é uma peça que olha para as guerras no mundo atual, mas também para lá das guerras, tentando encontrar algo de positivo em cada gesto, em cada detalhe, em cada história pessoal. Recorrendo a algumas músicas de David Bowie, “… e vi o Céu” baseia-se numa história verídica, vivida há alguns anos, pelo astrofísico palestiniano Suleiman Baraka.

No dia seguinte, 6 de outubro, às 17h00, sobe ao palco “Abril em Portugal”, pelo grupo Ao Luar Teatro, peça apoiada pela Bolsa de Apoio ao Teatro de Loulé. A companhia, sediada em Alte, celebra os cinquenta anos do 25 de Abril de 1974 numa reunião de artistas, atores, atrizes e músicos que, em sintonia com a liberdade, se reúnem num espetáculo que contará e cantará Abril. Tudo a partir do texto “Abril em Portugal”, de Hélder Costa, espetáculo com que o grupo de teatro “A Barraca” comemorou os 25 anos da Revolução dos Cravos.

A 8 de outubro, terça-feira, às 18h00, o Palácio Gama Lobo acolhe um fórum do Teatro Nacional D. Maria II e da Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com o Cineteatro Louletano. Falamos do Programa ATOS, que promove várias atividades em Loulé entre setembro e dezembro. Entre elas, fóruns, formações e uma conferência. O ATOS é um espaço de pensamento e debate sobre o lugar da participação na democracia cultural e nas práticas artísticas do território, promovendo as relações entre os presentes. Nestes encontros, juntam-se profissionais da cultura, artistas, dirigentes associativos, decisores políticos, estudantes e professores, para partilhar ideias, práticas e experiências em torno da democracia da cultura e das práticas participativas, estreitando a relação entre a comunidade e os territórios através da Arte Participativa. O programa, que decorre a nível nacional, resulta de uma parceria entre o Teatro Nacional D. Maria II e a Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com as Câmaras Municipais de Funchal, Lamego, Loulé e São João da Madeira.

Também no dia 8, mas de manhã, estendendo-se aos dias 9 e 10, há um evento nas escolas do concelho de Loulé. Trata-se do workshop para bruxos e bruxas: Aprende a “magicar”, orientado pela Associação Figo Lampo, relacionado com a peça que a associação estreia em dezembro no Cineteatro Louletano, chamada “As Bruxas e o Poço”. 

À noite, às 21h00, há cinema, com mais uma sessão do já tradicional ciclo do Cinema Francês, pela Alliance Française no Auditório do Solar da Música Nova. Desta vez, com o filme “Pétaouchnok”, de Edouard Deluc, título produzido em 2022.

A 11 de outubro, às 21h00, há teatro e dança, pela Companhia Maior. A coreografia é de Aldara Bizzaro, os textos são de Patrícia Portela e a música é de Noiserv. “Agora Nascíamos Outra Vez” projeta os imaginários para uma ficção coreográfica, num tempo em que os jovens de hoje terão a idade dos seus avós, inundado pelas crises do mundo presente, do clima, da violência e da desigualdade. A sessão da noite conta com o recurso de Audiodescrição (AD), para pessoas cegas e/ou com baixa visão e inclui uma conversa com o público. O mesmo acontece na sessão para escolas, que acontece às 10h30.   

No dia 13, domingo, às 17h00, peça de teatro com o apoio da Bolsa de Apoio ao Teatro de Loulé: ao palco, sobe “Traço Descontínuo”, pela Associação Amigos do Alentejo, numa encenação de Carolina Santos (Mákina de Cena). Uma peça que questiona a vida, no lado do indivíduo, mas também na passagem de testemunho do coletivo, da Humanidade. Num mundo cada vez mais velho, com uma herança genética de vários milénios de vida, carregada de traços descontínuos, de encontros e de desencontros. 

A 19 de outubro, sábado, às 11h30, o regresso dos Concertos “Crescendo”, no Auditório do Solar da Música Nova. Estes concertos são promovidos pelo Conservatório de Música de Loulé – Francisco Rosado, em parceria com o Cineteatro Louletano. Os “Crescendo” (nome que se atribui na música a um aumento progressivo da intensidade, assinalado nas pautas) são oportunidades únicas para assistir à evolução dos jovens talentos desta escola pública de música, a única do seu género a sul do país. Recorde-se que o Conservatório de Música de Loulé, inaugurado em 2018, é o primeiro conservatório público de música a sul de Lisboa, tendo capacidade para 400 alunos nos regimes de ensino articulado e supletivo.

No mesmo dia, outro regresso: o do Festival Política a Loulé, de 17 a 19 de outubro. Em 2024, a intervenção cívica assume a centralidade. São três dias de cinema, performances, música, humor, exposições e conversas de entrada gratuita. No ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, a programação do Política – festival nacional que a sul acontece em Loulé – convoca artistas, jovens, criadores, académicos e ativistas a desenvolverem propostas e reflexões para aumentar a participação dos cidadãos, seja nas instituições, nos atos eleitorais ou nas suas comunidades. O festival aposta na acessibilidade e por isso os conteúdos orais do Festival Política têm interpretação em Língua Gestual Portuguesa. Todos os filmes são também legendados em português. O Política inclui ainda oficinas e um filme dirigido às escolas.

No domingo, dia 20, às 17h00, há música, concerto de um dos jovens saxofonistas mais promissores em Portugal: André Murraças. Nos últimos anos, André Murraças tem colaborado com múltiplos projetos, participando em concertos nos principais festivais, clubes nacionais e internacionais, e tocado com alguns dos nomes mais relevantes do panorama musical. Em Loulé, André apresenta o seu primeiro álbum a solo, “Regularmente Irregular”. Para ver e ouvir no Auditório do Solar da Música Nova.

No dia 25, sexta-feira, às 21h00, de novo teatro, com uma peça sobre Portugal, o Brasil, as ligações entre ambos e a vida dos brasileiros (e de outros imigrantes) no nosso país. “Volta para a tua terra” é uma criação de Keli Freitas, brasileira residente em Portugal, na qual, a partir da busca pela sua bisavó portuguesa, desafia as ideias de imigração e pertença. “Volta para a tua terra” é uma peça apoiada pelo projeto CASA, uma parceria entre o Cineteatro Louletano, o Centro Cultural Vila Flor (Guimarães) e O Espaço do Tempo, de Montemor-o-Novo. 

No sábado, 26, de novo concerto. “Anónimos de Abril” traz uma banda de luxo ao palco, com Alexandre Alves na bateria, Carlos Garcia no piano e clarinete, Marco Reis nas guitarras e bandolim e Luís Pinto no baixo, com músicas e voz de Rogério Charraz e as vozes de Joana Alegre e João Afonso.

Logo a seguir, no domingo, dia 27, há concerto para bebés, pela Musicalmente. “Livre pelas palavras”, com duas sessões, às 10h00 e às 11h30, com a atenção, dedicação e qualidade a que a companhia Musicalmente já nos habituou. Trazendo uma feliz repetente, a cantora e compositora Luísa Sobral. Nestes espetáculos, os bebés são, na maior parte das vezes, os principais protagonistas. 

Também no domingo, mas às 17h00, um concerto pela Paz, promovido pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação – CPPC. Os Concertos pela Paz realizam-se todos os anos, de norte a sul de Portugal, como momentos únicos de convergência e partilha através da cultura, promovendo os valores mais altos da Paz e da Solidariedade entre todos os povos. Convém dizer que a entrada é gratuita, mediante levantamento de ingresso na bilheteira local.

E no dia 31, quinta-feira, às 21h00, a associação Folha de Medronho, sediada em Loulé, traz-nos a peça de teatro “Plástico Poder”, de Felipe Martinez, com as atrizes Sara Vicente e Catarina Estácio e a consultoria artística de João de Mello Alvim, peça que terá interpretação em Língua Gestual Portuguesa. O ensaio geral, no dia 30, é aberto às escolas. Nesta peça, duas mulheres em lugar nenhum. Em constante movimento, elas esperam, e assim encontram caixas plásticas que acomodam em intermináveis tarefas que são executadas com pressa, fúria e competitividade. Um trabalho em que as caixas de plástico estão cheias, mas as pessoas, retratadas na peça, estão vazias. A peça é precedida pelo lançamento do livro homónimo, Plástico Poder – Notas de uma criação, no dia 31, às 18h00. 

Com uma programação de referência (que pode consultar no site e nas redes sociais do Cineteatro), recorde-se que o CTL está credenciado pela Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, integrando ainda a Rede de Teatros com Programação Acessível e proporcionando espetáculos com interpretação em Língua Gestual Portuguesa para Surdos (com “S” maiúsculo são falantes de Língua Gestual Portuguesa) e outros com Audiodescrição, para pessoas cegas ou com deficiência visual. 

O CTL é uma estrutura cultural da Câmara Municipal de Loulé no domínio das artes performativas, e um dos promotores da Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve e da Rede 5 Sentidos.

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