Cultura

Projeto “Manuel Teixeira Gomes e a Produção Artística nos Alvores do Século XX” marca agenda cultural de julho em Portimão

No âmbito das celebrações do centenário da elevação de Portimão a cidade, julho vai ser marcado pela programação musical “Manuel Teixeira Gomes e a Produção Artística nos Alvores do Século XX”, que visa homenagear os gostos e o tempo do escritor portimonense, um amante de artes, propondo entre 16 e 28 deste mês saraus culturais, uma gala de canto lírico, a primeira apresentação em Portugal da ópera “Sóror Mariana”, uma conferência sobre a vida e obra do compositor brasileiro Júlio Reis e a declamação do monólogo “Manifesto Anti-Dantas”, de Almada Negreiros.

Este projeto de reconstrução da memória coletiva portimonense, através de um conjunto de iniciativas artísticas multidisciplinares, foi preparado pelo Grupo Coral Adágio, em colaboração com o Município e apoiado pela Direção Geral das Artes, representando uma das épocas mais efervescentes da história sociocultural portuguesa: a primeira metade do século XX.

A conceção do projeto, com direção artística do maestro António Alves e direção musical do pianista Jeferson de Mello, foi perspetivada como um todo, estando as atividades relacionadas tematicamente e caracterizadas pela utilização de diferentes espaços/locais de Portimão, servindo a própria cidade de palco.

Saraus culturais e gala lírica

Nos dias 16 e 17 de julho, a partir das 21h30, a Casa Manuel Teixeira Gomes será o local de partida dos Saraus Culturais, que percorrerão antigas ruas da cidade, invocando vivências do princípio do século XX, especialmente através da música de autores portugueses da época, com a intervenção dos atores João Pedro Correia, Rafael Contente e Rosário Costa, do pianista Jeferson de Mello e da soprano Beatriz Direito.

Na noite de 21 de julho, a partir das 21h00, a Praça da República será o palco natural da gala de canto lírico “Imagem de Mulher”, que recorre a uma seleção de árias de óperas de compositores do Romantismo para retratar diferentes facetas da vivência feminina no campo do amor.

Estabelecendo como ponto de partida a obra “Cartas Portuguesas” dirigidas ao Conde de Chamilly, cuja autoria é atribuída à freira pacense Mariana Alcoforado, a gala representará os diversos sentimentos que brotam da relação amorosa, como a alegria, o desespero, a paixão e a fúria.

Encabeçado pela soprano Adriane Queiroz (Staatsoper de Berlim), o espetáculo procura estreitar a ligação entre a música e a palavra, cruzando poemas de autoras lusófonas e excertos de textos de “Cartas Portuguesas” com as histórias e os sentimentos transmitidos por personagens femininas de algumas das mais populares óperas, assinadas por António Carlos Gomes, Giaccomo Puccini, Wolfgang Amadeus Mozart, Leo Delibes, Charles Gounod, Gaetano Donizetti, Camile Saint-Saëns ou Johann Strauss II, entre outros.

Também participam Tiago Mota (baixo), Renato Cordeiro (tenor), Luísa Vaz Pinto (mezzo-soprano) e Beatriz Direito (soprano) e Jeferson de Mello (piano), além do coro masculino do Coral Adágio, dirigido pelo maestro António Alves Pereira.

Estreia nacional da ópera “Sóror Mariana”

Segue-se a 26 de julho (18h00) no TEMPO – Teatro Municipal de Portimão uma conferência, onde participarão Gehad Hajar e Manuela Parreira da Silva, com o objetivo de preparar o público para a ópera “Sóror Mariana”, a estrear no país na noite de 28 de julho.

O investigador e produtor curitibano falará da vida e obra de Júlio Reis, o compositor da ópera “Soror Mariana”, sobre um libreto de Júlio Dantas, enquanto a professora doutora da Universidade Nova de Lisboa abordará a produção artística do princípio do século XX, nomeadamente na polémica reação de Almada Negreiros à referida obra teatral, terminando a conferência com a declamação de excertos do “Manifesto Anti-Dantas”, a cargo do cantor português Tiago Mota.

Por fim, e também no TEMPO, a noite de 28 de julho será marcada pela estreia nacional da ópera “Sóror Mariana”, inspirada na peça teatral de Júlio Dantas com o mesmo nome, posteriormente adaptada musicalmente por Júlio Reis.

Serão intervenientes Michele Tomaz (Sóror Mariana), Renato Cordeiro (Noel Bouton, Conde de Chamilly), Luis Carlos Figueiras (Bispo), Luísa Vaz Pinto (Abadessa), Beatriz Direito (Sóror Inês), Carla Pontes (Sóror Agostinha) e Teresa Feliciano (Sóror Simoa), acompanhados ao piano por Jeferson de Mello e com a participação do coro feminino do Grupo Coral Adágio.