Município de Loulé emite pesar pelo falecimento do Poeta Casimiro de Brito
A Câmara Municipal de Loulé expressa o seu mais profundo pesar pelo falecimento do poeta Casimiro de Brito.
Poeta, romancista, contista e ensaísta, Casimiro de Brito nasceu em Loulé, a 14 de janeiro de 1938.
Começou a publicar em 1955, reunindo uma vasta obra de poesia, romance, ensaio e fragmentos, editada em Português e em trinta outras línguas, entre elas o Japonês, Galego, Espanhol, Catalão, Italiano, Francês, Corso, Inglês, Alemão, Flamengo, Holandês, Sueco, Polaco, Esloveno, Servo-Croata, Macedónio, Grego, Romeno, Búlgaro, Húngaro, Albanês, Russo, Árabe, Hebreu, Chinês estando incluído em mais de 200 antologias em Portugal e no Estrangeiro. A sua obra é composta por mais de 45 livros.
O gosto pela rima poética surgiu quando ainda menino, na tasca do seu pai, ao colo do poeta popular António Aleixo, este dizia a quadra do dia. «O Aleixo tinha a música, a sabedoria e a crítica social. O que faço é o resultado da audição aliada à necessidade de dizer coisas que foram sempre ditas, mas de modo diferente. Daí os meus 70 livros.» (Casimiro de Brito)
Dirigiu várias revistas literárias, entre elas os “Cadernos do Meio-Dia”, com António Ramos Rosa. Fez parte do movimento “Poesia 61” que marcou a afirmação de novas vozes da poesia portuguesa, ao lado de Fiama Hasse Pais Brandão, Gastão Cruz, Luiza Neto Jorge e Maria Teresa Horta.
Ganhou vários prémios, nacionais e internacionais, entre eles o Prémio Léopold Sédar Senghor, da Academia Martin Luther King, e o Prémio Mundial de Haikus, da World Haiku Association.
Foi vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores, presidente do PEN Clube e da Association Européenne de Poésie, de Lovaina. Entre outros, recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro “Labyrinthus” (1981), o Prémio Versília, de Viareggio, para a Melhor Obra Completa Estrangeira, pela obra “Ode & Ceia” (1985), o Prémio de Poesia do P.E.N. Clube, pelo livro “Opus Affettuoso seguido de Ultima Núpcia” (1997), o Prémio Internacional de Poesia Léopold Senghor (2002), o Prémio de Poesia Aleramo-Luzi, para o Melhor Livro de Poesia Estrangeiro, com “Livro das Quedas” (2004), e ainda o Prémio de Melhor Poeta do Festival Internacional Poeteka, na Albânia (2008).
Foi nomeado Embaixador Mundial da Paz (Zurique) e, em 2008, foi agraciado pelo Presidente da República Portuguesa com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. Em 2016, foi Agraciado pela Câmara Municipal de Loulé com a Medalha de Mérito Municipal – Grau Ouro. Nesse mesmo ano, foi homenageado em Querença pela Fundação Manuel Viegas Guerreiro. Em 2020, a sua Poesia Completa até 2000 foi editada pela Glaciar. Entre 2020 e 2023, publicou, em Braga, com o apoio da Câmara Municipal de Loulé, oito obras inéditas (Razões Poéticas).
Participou em inúmeros recitais, festivais de poesia, congressos de escritores, conferências, um pouco por todo o mundo.
A Autarquia de Loulé enaltece publicamente o prestimoso contributo para as Letras portuguesas.
O Município endereça à Família enlutada as mais sinceras condolências!
Informa-se que o corpo de Casimiro de Brito estará em câmara ardente no Cemitério de Montes Claros, em Braga, entre as 9h30 e as 11h30 do próximo sábado, dia 18 de maio.