Desporto

Trio português nos quartos de final do Vale do Lobo Open

Jaime FariaFrederico Silva e Duarte Vale voltaram a vencer e apuraram-se para os quartos de final do quadro principal de singulares do Vale do Lobo Open, onde haverá pelo menos um tenista português a discutir a presença na final. O torneio pertence à categoria M25 da Federação Internacional de Ténis e é organizado pela Federação Portuguesa de Ténis entre 10 e 17 de março na Vale do Lobo Tennis Academy.

Tal como em Faro e na Quinta do Lago, nas últimas duas semanas, os dois mais novos deste trio estarão frente-a-frente na quinta-feira.

O primeiro a cumprir a sua parte foi Duarte Vale. Depois de superar o compatriota Pedro Araújo na primeira ronda, o tenista português de 25 anos (esta semana no 605.º lugar doranking) voltou a vencer em dois sets, mas com os parciais de 6-4 e 6-3 sobre o espanhol Imanol Lopez Morillo (481.º).

Em crescendo ao longo das últimas semanas, o pupilo de Emanuel Couto entrou com o pé esquerdo no encontro e sofreu o break logo no início, justificando o mau começo com a dificuldade em adaptar-se às dimensões do court, significativamente maior do que aquele em que atuou na véspera. Mas a reação foi rápida e depressa começou a controlar do fundo do campo para tomar o controlo do encontro, vencendo 11 dos últimos 15 jogos.

Apurado para uns quartos de final pela segunda semana consecutiva, Duarte Vale terá de superar o seu carrasco das últimas duas provas para alcançar o melhor resultado neste périplo pelo Algarve.

Apesar da desvantagem no frente-a-frente, mantém a motivação em alta: “Vai ser mais um grande desafio e quero muito ganhar, mas não é por ser contra ele que tenho mais vontade. Não penso no que ele tem feito, vou encarar como mais um encontro  e obviamente que estou à espera de um grande desafio, mas vou focar-me em mim e no que tenho de melhorar [em relação aos duelos anteriores], prometeu.

Jaime Faria assegurou o terceiro capítulo desta rivalidade com uma recuperação dramática, dado que superou Eero Vasa (1008.º) por 6-7(7), 6-4 e 7-5 depois do finlandês ter liderado por 3-0 e 5-3 no terceiro set e de ter servido para a vitória a 5-4 com bolas novas.

“Consegui com um bocadinho de ajuda da parte dele”, admitiu depois de assinar a 17.ª vitória consecutiva. “Ele teve mérito em chegar ao resultado que teve e em servir para fechar o encontro, mas tremeu um bocadinho no momento de fechar e eu consegui aproveitar isso para ir buscar mais um jogo.”

O jovem do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis também teve as suas oportunidades para compôr outro tipo de resultado, nomeadamente num primeiroset que liderou por 3-1 e que comprometeu com duas duplas faltas críticas no tie-break.

O desgaste psicológico foi mais visível do que em qualquer um dos encontros que compõem a melhor série de vitórias da carreira (que já é uma das melhores da história do ténis português), mas também por isso Faria sabe que o triunfo desta quinta-feira tem um significado especial: “Dá-me uma nova oportunidade de competir amanhã e de fazer melhor.”

As vitórias frente ao compatriota em Faro e na Quinta do Lago tiveram contornos totalmente distintos (a primeira passou as três horas de duração, a segunda dividiu-se por dois dias por causa da chuva, mas nunca fugiu do seu controlo) e o lisboeta demonstrou saber que terá de “fazer mais” para as repetir. 

Pelo meio, Frederico Silva (355.º) voltou a vencer e também garantiu a presença nos quartos de final.

Depois do regresso vitorioso no dia anterior, o caldense de 28 anos teve mais trabalho, mas deu melhores sinais na vitória por 7-6(2) e 7-6(5) sobre o italiano Gianmarco Ferrari(512.º), contra quem liderou por 6-5 nos dois sets — no primeiro dispôs de um set point na resposta, no segundo serviu para a vitória.

“Estou satisfeito com o nível de hoje, na minha opinião foi claramente melhor do que o de ontem”, explicou depois da segunda vitória deste regresso (não jogava há quatro meses por causa de uma lesão no ombro que o levou à mesa de operações).

“Enfrentei um adversário mais perigoso, que servia bastante bem. Ganhei bastantes pontos com o meu primeiro serviço, mas os jogos de resposta dele estavam a ser muito complicados. Depois acabei por jogar bastante bem nos dois tie-breaks e estou muito contente com a forma como terminei o encontro, nesta altura é um ótimo sinal para mim”, acrescentou.

Na sexta-feira, Frederico Silva discutirá o acesso às meias-finais a partir das 12h, contra o checo Hynek Barton (475.º), e depois será a vez de Jaime Faria e Duarte Vale lutarem pela vaga na mesma fase.

A jornada também contará com a ida a jogo de Tiago Pereira, que voltou a beneficiar de um walkover para chegar às meias-finais de pares com Alexander Donski.

Campeões em Faro e vice-campeões na Quinta do Lago, o português e o búlgaro ainda não precisaram de jogar esta semana. Os adversários serão os norte-americanos Nick Chappell e Toby Kodat.