Requalificação do Largo da Igreja Matriz de Portimão vai avançar
No ano em que Portimão assinala o primeiro centenário de elevação à categoria de cidade, uma das obras que marcará 2024 vai ser a requalificação do Largo da Igreja Matriz da Nossa Senhora da Conceição e zona envolvente, tanto ao nível dos pavimentos, como do saneamento básico e abastecimento de águas, estando esta intervenção, a cargo da Câmara Municipal, orçada em 1.178.096,90 euros.
A empreitada, consignada à empresa Consdep S.A. – Engenharia e Construção, tem prazo de execução estipulado em 300 dias e arranca com trabalhos arqueológicos de diagnóstico e de minimização de eventuais impactos, já que vai intervir numa zona historicamente muito sensível, que importa salvaguardar e proteger.
Este projeto de reabilitação da envolvente da Igreja Matriz de Portimão, promovido pela autarquia local, implanta-se em área de sensibilidade arqueológica, integrando eventuais vestígios da ocupação deste espaço durante as épocas romana, moderna e contemporânea, bem como um troço da muralha tardo-medieval de Vila Nova de Portimão, classificada como Imóvel de Interesse Público, cujo estado de conservação e traçado neste local específico ainda é desconhecido.
É igualmente de salientar a particularidade de este troço da antiga muralha vir a ficar assinalado, através de um pavimento diferenciado, de forma a se evidenciar enquanto importante testemunho do passado de Portimão.
A partir de 15 de janeiro, e enquanto durarem os trabalhos, a circulação rodoviária nas artérias circundantes será condicionada, devendo os automobilistas respeitar a sinalização que regulará a zona abrangida.
Contexto histórico
A construção da Igreja Matriz deve-se a D. Gonçalo Vaz de Castelo Branco, vedor da Fazenda de D. Afonso V, investido por aquele monarca em 1476 como primeiro donatário da localidade de Portimão, a quem incumbiu de proceder à continuação da fortificação da localidade, cuja construção se iniciara no ano anterior, por ordem real.
A área amuralhada era superior a seis hectares e definia um polígono irregular, em “dentes de serra”, que acompanhava a margem do rio e englobava a parte mais alta da vila, onde se situava a igreja.