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Saúde

Algarve é a primeira região portuguesa “amiga das pessoas idosas”

Apesar de existirem muitos e bons exemplos de ações ao nível das políticas de envelhecimento ativo e saudável de Norte a Sul do país, o Algarve é, a partir de hoje, encarado como um guia de “boas práticas” nesta matéria para o restante território nacional. Numa sessão que teve lugar no Cineteatro Louletano, a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e a Direção-Geral de Saúde celebraram um protocolo que torna esta região a primeira do país a juntar-se, de uma forma coordenada e articulada, com um objetivo comum: a criação de uma rede nacional de municípios que venha a potenciar a Rede Global para Cidades e Comunidades Amigas das Pessoas Idosas.

O compromisso firmado pelo Algarve foi um dos momentos de encontro promovido pela Direção-Geral da Saúde, em parceria com a Organização Mundial da Saúde e com o apoio do Município de Loulé, onde foi apresentada a proposta de implementação do Projeto Age-friendly Cities and Communities da OMS, em Portugal. Uma manhã rica em partilha de experiências, troca de ideias e em que foram debatidas políticas de saúde e iniciativas implementadas nos diferentes estados membro da União Europeia promotoras da saúde, bem-estar e qualidade de vida das pessoas idosas, num cenário de crescente longevidade.

A sessão contou com a presença da secretária de Estado da Promoção da Saúde. Margarida Tavares, que falou aos jornalistas, explicando a importância deste compromisso numa altura em que Portugal é um dos países europeus com um dos mais altos índices de envelhecimento.

“O Algarve vai ser um guia de boas práticas no sentido de favorecer ambientes e cidades através de medidas que proporcionem às pessoas mais idosas bem-estar e saúde, resolvendo questões relacionadas com transportes, atividades culturais, segurança, proteção social, acesso à saúde, entre outros serviços… Uma série de medidas que se tornem reais e promovam esse bem-estar”, esclareceu a responsável da pasta.

Mas este será apenas um ponto de partida já que a intenção é que este movimento seja alargado ao restante território para que haja uma “participação nacional dos municípios portugueses”. “Não quer dizer que os outros municípios não estejam a fazer nada, antes pelo contrário. Apenas aqui há um acordo e um programa que é assinado com a OMS”, ressalvou Margarida Tavares.

André Peralta Santos, da Direção-Geral de Saúde, garantiu que o objetivo é que, já no próximo ano, essa rede seja expandida de forma a “reforçar esta partilha de boas práticas dos municípios e a partilha de conhecimentos”. Em 2025, será lançado o programa nacional.

E porquê o Algarve a dar o mote? “São cidades muito ativas e proativas. Loulé tem sido uma cidade que prima por ter as melhores condições, que entende que proporcionar boas condições de vida às pessoas mais idosas é um fator de coesão social, de segurança e de desenvolvimento económico”, considerou a secretária de Estado.

Em nome da AMAL, o vice-presidente Osvaldo Gonçalves, referiu o “interesse comum em termos regionais dos 16 municípios para que se coordenem estratégias comuns para levar por diante projetos importantes como este”. Nem todos os municípios fazem isto à mesma velocidade, mas todos têm a mesma vontade de o fazer”.

O anfitrião da sessão, Vítor Aleixo, é um dos autarcas que se compromete a implementar medidas no âmbito desta Rede, algo que já não é novidade até porque é no concelho de Loulé que começa a nascer um ecossistema ligado ao envelhecimento ativo, com a implementação do Observatório para o Envelhecimento Ativo, o Centro de Competências e a futura sede do Algarve Active Ageing.

“Os municípios algarvios têm a vontade e os meios necessários para trabalhar uma área que já conhecem, mas que agora, orientados por uma visão e o envolvimento ativo da Academia, poderão fazer muito melhor e mais rapidamente”, notou.

Neste momento fazem parte desta Rede Global para Cidades e Comunidades Amigas das Pessoas Idosas 1445 cidades de 51 países, entre as quais 14 em Portugal, sendo que no Algarve, apenas Castro Marim integra este movimento, reforçado a partir daqui com o conjunto dos 16 municípios.

Numa altura em que o Plano Nacional de Ação de Envelhecimento Ativo e Saudável está em fase de aprovação final, o seu coordenador, Nuno Marques, considerou ser este momento o espelho do que se está a passar em termos práticos no terreno entre as várias entidades ligadas à saúde e ao setor social. “Estão cada vez mais a trabalhar em conjunto e de forma articulada na área do envelhecimento”, o que tem sido, de resto, também o foco em termos europeus.

De referir que durante este encontro foi ainda apresentada a plataforma Ativa Saúde, mais um instrumento importante nas políticas do envelhecimento ativo já que permitirá congregar informação sobre projetos, acelerando a implementação de boas práticas.