Cultura

Junho é mês de filarmónica, de stand-up comedy e de um quarto só para si, no cineteatro louletano 

Junho arranca com música no Cineteatro Louletano, esta sexta-feira, dia 2, às 21h00, com uma das vozes africanas mais genuínas e vibrantes do panorama da World Music, a guineense Eneida Marta, no âmbito da sessão de apresentação do programa final da 19ª edição do Festival MED.

No dia 4, domingo, às 16h00, a Banda da Sociedade Filarmónica Artistas de Minerva de Loulé “invade” esta sala de espetáculos para comemorar o seu 147º aniversário, trazendo consigo uma banda convidada, a Sociedade Musical de Instrução e Recreio Aljustrelense, juntando assim num só palco o sul de Portugal, com o Alentejo e o Algarve. A direção estará a cargo dos maestros Pedro Branco (Loulé) e Ricardo Lemos (Aljustrel).

No dia 5 de junho, há cinema, com “Curte a Curta!”, uma iniciativa de Mediação com a Escola Secundária de Loulé. A 2ª edição da “Mostra Curte a Curta!” arranca às 11h00 no Cineteatro Louletano, com uma sessão para as escolas, onde se divulgarão trabalhos realizados no âmbito de várias disciplinas e projetos. À noite, às 21h00, há uma sessão para o público em geral. O evento é uma parceria com o Loulé Film Office, na iniciativa Ponto de Encontro, que integra o Plano Nacional das Artes. Conta ainda com a colaboração do Plano Nacional de Cinema e do Plano Cultural de Escola.

A 6 e 7 de junho, novo trabalho de Mediação, com uma oficina dirigida especialmente às escolas, trazida a Loulé pela companhia Amarelo Silvestre, no contexto de “Diário de uma República II”. Chama-se “O que nós dizemos, o que nos olha – Oficina Trabalhos do Olhar”. São sessões vocacionadas para alunos do ensino secundário que pretendem trabalhar a importância da observação e do registo em fotografia, onde se estabelece a diferença entre ver e observar, num plano em que ver não implica ter, mas sim…ser. Traduzido por (e para) miúdos: nós somos, em função do que observamos.

No dia 9, também pela Amarelo Silvestre, “Diário de uma República II”, é uma estreia nacional, em coprodução com o CTL. Trata-se da segunda parte de um projeto de teatro e fotografia sobre as pessoas e os territórios da República Portuguesa, entre 2020 e 2030. Com duas sessões – uma para escolas às 14h30 e outra para o público em geral às 21h00 – “Diário de uma República II” é um olhar-ver artístico sobre o que vão sendo as pessoas e as paisagens de Portugal ao longo de uma década. Depois da primeira edição focada na Justiça, esta edição será centrada no Trabalho. O espetáculo repete no dia 10, com outra sessão para o público em geral, também às 21h00.

A 11 de junho, mas no Auditório do Solar da Música Nova, mais uma edição do ciclo Ilustres Desconhecidos, desta vez com a jovem cantora Beatriz Pessoa, que apresentará ao vivo o seu segundo LP, “Prazer Prazer”. O álbum, com produção e direção artística de Marcelo Camelo, é uma parceria entre a cantautora portuguesa e o músico, compositor, orquestrador e produtor brasileiro, juntando ambos os lados do Atlântico. Concerto a não perder às 17h00, no domingo.

A 13 de Junho, mais uma edição de um ciclo que tem vindo a ganhar seguidores, o “Filme Francês do Mês”, organizado pela Alliance Française Algarve. Desta vez, o filme é “Eugénie Grandet”, de Marc Dugain, obra de 2021. Um drama que retrata a estória de Eugénie, filha de um pai rico mas extremamente avarento, que a faz levar uma vida triste e cinzenta. A chegada de um primo “playboy” vai despertar uma chama em Eugénie, e desarrumar a ordem estabelecida.

A 16 de junho, chega a Loulé uma coprodução resultante de uma parceria a três, que inclui o Cineteatro Louletano, o Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, e O Espaço do Tempo, de Montemor-o-Novo. A parceria chama-se Projeto Casa e acolhe nos vários espaços residências e projetos artísticos apoiados pelas três estruturas. As companhias têm tempo e espaço para criar e posteriormente fazem circular as peças pelos vários equipamentos. Neste caso, a peça que vem a Loulé é “Um quarto só para si”, pela companhia Silent Party. A obra pretende fazer um cruzamento do teatro com a arquitetura, porque – acreditam os autores (Emanuel Santos, Mafalda Banquart, Tiago Araújo e Tiago Jácome) – é preciso experimentar diferentes modelos de construção, de espetáculos e de edifícios, apresentando assim também novos modelos imaginados de sociedades possíveis.  “Um quarto só para si” sobe ao palco às 21h00, e a peça tem interpretação em Língua Gestual Portuguesa, para Surdos (com “S” maiúsculo são falantes de LGP).

No dia 17, há Stand-up Comedy no Cineteatro Louletano, com um nome que promete atrair muita gente: António Raminhos. Raminhos traz ao CTL “Não sou eu… é a minha cabeça”, uma peça interativa em que o comediante traz no bolso várias peripécias, e em que pede ao público para partilhar com ele as suas estórias. Mais do que um espetáculo, um workshop ou palestra, “Não sou eu, é a minha cabeça” é um espaço de partilha. No fundo, uma espécie de grupo de autoajuda, mas com gargalhadas à mistura.

A 18, domingo, às 17h00, há concerto de jovens talentos. Falamos do Concerto dos Laureados do III Concurso Interno do Conservatório de Música de Loulé – Francisco Rosado, que fará subir ao palco do Cineteatro os músicos das várias categorias e de múltiplos instrumentos, que passaram às finais e venceram, nos respetivos escalões etários. O concurso incorporou vários instrumentos, tais como acordeão, voz, clarinete, cravo, flauta de bisel, flauta transversal, guitarra clássica, guitarra portuguesa, oboé, percussão, piano, saxofone, trombone, trompa, trompete, tuba, violino e violoncelo. Esta 3ª edição teve como júri os professores Sérgio Leite (piano, diretor do CML-FT), Daniela Vieira (fagote, formação musical), Emanuel Silva (clarinete, maestro da Orquestra do CML-FR), Luís Lopo (piano, Técnicas de Composição). Do júri fez ainda parte John Avery (maestro associado da Orquestra Clássica do Sul até 2017). A entrada é gratuita.

Ainda em junho, mas entre 21 e 29, no Palácio Gama Lobo, decorre a residência “Fora da Norma”, um trabalho liderado pela bailarina e coreógrafa Diana Niepce, ela que em março de 2014, aos 28 anos, sofreu um acidente que a deixou tetraplégica. O resultado da residência será apresentado em julho, no Cineteatro Louletano, no dia 13, às 21h00.

A fechar o mês, o Cineteatro Louletano acolherá ainda uma Residência Artística intitulada (Des-)Guia Turístico de Loulé.   A residência arranca a 26 e vai até 3 de julho, com a dupla artística VaiVém, composta por Filipa Brito e Nelson Guerreiro, e inclui trabalhos preparatórios nas áreas da performance, vídeo, fotografia, literatura situada, etc.

Paralelamente, o objetivo é criar uma equipa pluridisciplinar, agenciando colaborações com artistas locais, nacionais e internacionais que estejam em Loulé, ao mesmo que tempo que se potenciam sinergias criativas imprevistas no trabalho de campo. O material recolhido servirá como ponto de partida para a criação de uma publicação impressa – (Des-)Guia Turístico Loulé: 2024 e ainda para a criação de um website, de uma exposição de Artes Visuais (fotografia, desenho; pintura e vídeo, etc.) e de um passeio Psicogeográfico.