Cultura

Cineteatro louletano: em maio, “o fim” é apenas o começo… e na “nossa mochila” ainda há muito para ver, ouvir e participar…

Em maio, a programação continua intensa, e o mês arranca com dança no Cineteatro Louletano (CTL) através de “O que é um problema?”, uma estreia de Beatriz Valentim. Uma coprodução do CTL com as bailarinas Beatriz Valentim e Ana Caetano, numa performance que pretende, acima de tudo, entender o pensamento dos jovens. A ideia é dar-lhes a palavra e estimular o sentido crítico e de decisão. Há sessões para escolas no dia 4 de maio às 10h30 e 14h30, e no dia 5 às 10h30. A sessão para o público em geral é também no dia 5, às 21h00.

Logo depois, a 7 de maio, chega “A Mochila”, um Festival de Teatro para a Infância e Juventude organizado pelo LAMA Teatro que estará também em Faro e em Lagos. A Loulé, “A Mochila” traz três espetáculos: “B Fachada – Concerto para Crianças” no dia 7 às 11h00, no Cineteatro Louletano; “Spotlight”, pelo LAMA Teatro no dia 9 (11h00 para escolas, 19h00 público em geral), no Auditório do Convento do Espírito Santo e “Full House”, pelo Eléctrico 28, no dia 14 às 11h00, na Cerca do Convento do Espírito Santo. 

No dia 9, às 21h00, no Auditório do Solar da Música Nova, mais uma sessão do Filme Francês do Mês, desta vez com um drama, “Rouge”, de Farid Bentoumi (2020).

O RHI – Revolution, Hope, Imagination, organizado pelo Arte Institute, regressa entre 10 e 13 de maio. O evento percorre o país de norte a sul e pretende aproximar artistas residentes no Algarve de programadores internacionais, criando oportunidades para repensar a Arte e a Cultura através de debates, workshops e networking (trabalho em rede).

Em 2023, o RHI Loulé terá o foco nos Museus. Entre outras personalidades, marcam presença as curadoras de dois dos maiores museus do Mundo, o Museu de Arte do Rio (Rio de Janeiro) e o Museu da Imagem e Som (MIS) de São Paulo (11 de maio, Banhos Islâmicos, Loulé). O RHI vai também à Escola Secundária de Loulé, com dois workshops, um de dança contemporânea e outro de expressão vocal. No dia 13, às 18h00, há showcase com entrada livre, com as bandas Low Profile Trio, de Marco Martins e ainda Electric Gold.

No dia 11 de maio, às 21h00, há “Conversas à Quinta”, no Bar do Cineteatro. Desta vez com Diogo Freitas, autor e encenador da peça “O Fim”, que sobe ao palco no dia seguinte. Diogo é diretor artístico e cofundador da companhia Momento-Artistas Independentes e propõe, a propósito da peça que traz a Loulé, falar sobre a morte e, se possível, rir sobre a morte.

A 12, também às 21h00, a Companhia Momento – Artistas Independentes apresenta “O Fim”, uma peça sobre a beleza, o efémero, o sentido da vida e o fim da própria vida. Esta peça, uma coprodução do Cineteatro Louletano, tem uma sessão para escolas no dia 11. A de dia 12 disponibiliza o serviço de Audiodescrição, para cegos e pessoas com baixa visão.

A 13, um espetáculo inédito no Algarve, que chega a Loulé depois de Lisboa e Porto. Chama-se “A Força (O Poder) da Palavra – Um Canto a José Mário Branco”, e é trazido por um coletivo de referência do canto a capella, os Canto Nono. Para ver e ouvir às 21h00, no Cineteatro Louletano.

A 17 de maio, às 21h00, nova coprodução, desta vez de teatro através de uma peça criada pela atriz e encenadora Beatriz Batarda. Chama-se “C., Celeste e a Primeira Virtude”. Uma criação que nos traz um grupo de alunos que fazem a reconstituição de um crime e que acabam, eles próprios, envolvidos num. As várias camadas deste espetáculo retratam o amor, o papel da Arte, e o poder que se instala nos vários ismos – machismo, racismo, fascismo – e outras manifestações do medo. No final, haverá uma conversa com o público.

A 20 de maio, mais uma sessão dos “Concertos Crescendo”, pelo Conservatório de Música de Loulé – Francisco Rosado, para ver e ouvir às 17h00 no Auditório do Solar da Música Nova. Os Crescendo mostram à comunidade o trabalho dos alunos e professores do Conservatório, constituindo também uma forma pedagógica de aproximar a Comunidade da música erudita.

No mesmo dia, sábado, voltamos à dança, numa coprodução com a corpodehoje. Ana Borges traz-nos “língua destravada”, uma peça criada após uma residência em Loulé em que a bailarina e coreógrafa interagiu com elementos da comunidade, nomeadamente pessoas com forte ligação à oralidade e aos costumes que passavam de geração em geração. “língua destravada” baseia-se nos trava-línguas para tentar recuperar uma tradição que está praticamente extinta e que era passada muitas vezes de pais para filhos e de avós para netos, com estórias, fábulas, provérbios, ladainhas, orações e claro, trava-línguas. A estreia é às 21h00.

A 21, domingo, às 11h30, retornam os Concertos Promenade, pela Orquestra do Algarve. A Orquestra mudou de nome, retomando a denominação original mas os Promenade, esses, mantêm a qualidade e originalidade de sempre. Desta vez, vamos ouvir as músicas dos Reis e Rainhas, isto é, obras que a Corte encomendava para entreter os soberanos, em particular dos Reis ingleses – ou não fosse estarmos nós na época de uma nova Coroação, do rei britânico Carlos III. Entre os vários temas, ouvir-se-á “God Save the King”, de Beethoven.

A 23 de maio, mais uma coprodução, desta vez no âmbito da Bolsa de Apoio ao Teatro de Loulé e inserida nos Cenários – Mostra de Teatro de Loulé. Chama-se “Pedrito, o Medronheiro e o Arco-Íris” e é produzida pela Associação Figo Lampo. Uma peça para crianças e jovens que tem como principais intérpretes uma azinheira, uma alfarrobeira e o Pedrito, um jovem medronheiro. As sessões são dirigidas a escolas, uma às 10h30 e outra às 14h30. A sessão das 10h30 terá Língua Gestual Portuguesa.

De 24 a 27, mais uma edição do “Festival Tanto Mar”, promovido pela associação Folha de Medronho. O Tanto Mar regressa na quarta edição com quatro dias de teatro e performance, com companhias estrangeiras provenientes de países africanos de expressão portuguesa, nomeadamente Cabo Verde, Moçambique e Brasil. Desta vez, há também um grupo de nacionalidade portuguesa.

A 28 de maio, outro regresso: os “Concertos para Bebés”, pela companhia Musicalmente. Desta vez, há “Duendes em Risco, Salpicar de Bebé”, com estórias que envolvem duas vizinhas que gostam de contemplar as nuvens. Uma dança com elas, a outra guarda-as em desenhos. É no Auditório do Solar da Música Nova, às 10h00 e às 11h30.

No mesmo dia, mas à tarde, a Musicalmente promove uma “Experiência Sonoro-Musical Imersiva”, dirigida especialmente a cuidadores/as, sejam eles/as de pessoas com necessidades específicas, com incapacidades, doentes, de crianças, etc. Uma forma de aprender a relaxar e a enfrentar o dia-a-dia com outros olhos, e outras competências.

Já quase no fim do mês, veremos “Como adiar o fim do Mundo”, uma estreia e coprodução também inserida nos Cenários – Mostra de Teatro de Loulé, apoiada pela Bolsa de Apoio ao Teatro. A peça é criada pelo Grupo de Teatro Infantojuvenil da Nave do Barão e parte do livro homónimo do escritor e ambientalista brasileiro Ailton Krenak, um índio nativo de Minas Gerais, região habitada pela tribo Krenak. Ailton é um dos mais reconhecidos ativistas brasileiros da atualidade, na defesa dos direitos dos povos indígenas. O espetáculo sobe ao palco no domingo, às 17h00, no Cineteatro Louletano.

A 29 de maio, no Palácio Gama Lobo, há espaço para um Encontro sobre Mediação Cultural. O que é? Para que serve? De que modo poderá servir para aprofundar a democracia? Estas e outras questões estarão em cima da mesa neste encontro que junta profissionais de várias estruturas culturais nacionais.

O mês fecha com as “Conversas Emergentes”, uma iniciativa conjunta do Plano Nacional das Artes (PNA), do CTL e da Companhia Caótica, sob a forma de conversas / laboratórios regionais, no âmbito da Bienal “Cultura e Educação”, promovida pelo PNA. A iniciativa percorre o país e integra também Loulé, para tomar o pulso da criação e programação das artes performativas para a infância e juventude em Portugal.  A iniciativa tem lotação limitada e é sujeita a inscrição através do email cinereservas@cm-loule.pt. É dirigida a programadores, mediadores, artistas, professores, bem como a todos aqueles que falam, escutam e intervêm no setor das artes performativas para os públicos jovens.

Com uma programação de referência (que pode consultar no site e nas redes sociais do Cineteatro), recorde-se que o CTL está credenciado pela Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, integrando ainda a Rede de Teatros com Programação Acessível e proporcionando espetáculos com interpretação em Língua Gestual Portuguesa para S/surdos (com “S” maiúsculo são falantes de Língua Gestual Portuguesa) e outros com Audiodescrição, para pessoas cegas ou com deficiência visual.

O CTL é uma estrutura cultural da Câmara Municipal de Loulé no domínio das artes performativas, e é também um dos promotores da Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve e da Rede 5 Sentidos.