Cultura

Uma história com muitos milhões de anos – do oceano thetys ao barrocal do Algarve

O presidente da Câmara Municipal de Albufeira sente-se muito orgulhoso com a saída desta publicação “à luz do dia” por ser mais uma forma de dar a conhecer uma parte do território do aspirante a Geoparque Mundial da UNESCO.

“O nosso Escarpão bem merece a publicação deste livro, este estudo louvável sobre uma área única e de interesse incomensurável para compreendermos a evolução do Planeta Terra. E isto significa devolver o poder às pedras, ao longo do dorso de calcário que avistamos quando voltamos as costas ao mar para ver o seu passado no presente”, destaca José Carlos Rolo. “Este conhecimento é determinante para o futuro. E não é segredo para ninguém, já o dissemos noutras ocasiões, paralelamente ao conhecimento científico, pretendemos aliar uma economia sustentável, fomentando o geoturismo com destaque para a paisagem, a história, os saberes e as tradições, a cultura, o património edificado, ajudando, desta forma, a fixar a população numa freguesia que se encontra envelhecida e apoiando a economia local”, disse, ainda, reforçando a ideia de que “todos somos embaixadores desta herança, rica em diversidade, em história e em promessa de futuro”.

“Este é um trabalho pouco habitual, por procurar contar a longa história geológica de um lugar específico, com uma abordagem ao mesmo tempo científica e de divulgação”, refere Nuno Pimentel no prefácio da publicação.

Um livro que conta a história geológica do Planalto do Escarpão e regiões envolventes, agora um dos 10 principais geossítios a integrarem a candidatura do aspirante a Geoparque Algarvensis à Rede Mundial da UNESCO, mas que, em simultâneo, evidencia a história geológica da bacia do Algarve nascida há milhões de anos no Oceano Thetys. A interpretação da paisagem tal como presentemente a percecionamos não ficou esquecida e contribuirá para olhares mais atentos do Barrocal do Algarve.

Cristina Veiga-Pires, diretora científica do projeto, reforça a importância da obra, sublinhando que “ao ler esta obra, o Planalto do Escarpão aparece naturalmente como um dos geossítios de maior relevância do território do aspirante a Geoparque Algarvensis. Percebe-se a importância científica da sua história geológica, o interesse educacional das suas rochas e fósseis, a relevância cultural da sua paisagem, que, em conjunto integram um novo potencial turístico”. Realça, ainda, que “no caso do Planalto do Escarpão, este potencial assumiu a forma de um novo percurso pedestre: o PR4 – Um Mergulho pelo mar Jurássico”. É o primeiro percurso pensado de raiz para o aspirante Algarvensis, tendo sido desenhado a partir do conhecimento apresentado neste livro, salientou.