Águas do Algarve e Cruz Vermelha Portuguesa unem-se em projeto social de consciência ambiental e Educação pela arte
O valor da Água, enquanto recurso não é adequadamente percecionado pela generalidade da sociedade civil. Esta circunstância reflete-se, de forma clara, no modo como a água continua a ser desperdiçada ou, também, nas constantes críticas ao “preço” da água. Na verdade, e apesar da água ser a única coisa sem a qual não podemos viver, dos vários serviços que utilizamos nas nossas casas, e em todo o lado, é habitualmente aquele que os cidadãos mais “regateiam”. Porquê? Simplesmente porque as pessoas não têm uma perspetiva real sobre a importância deste recurso na sua vida (exceto quando falta na torneira…).
Face ao panorama existente, e por se entender ser absolutamente fundamental alterar a perceção sobre este importante recurso, numa altura em que os desafios que se colocam relativamente à sua gestão são cada vez maiores, e mais complexos, e numa perspetiva que se pretende integradora e unificadora a Águas do Algarve remeteu convite de parceria à Cruz Vermelha de Faro / Loulé, para uma união de esforços e competências no que diz respeito à conscientização social da água no desenvolvimento pessoal, humano e comunitário.
Esta parceria deu origem à criação do Projeto “Aguarte * Torna-te Água”. Inserido no Projeto de Educação Ambiental da Águas do Algarve: “Águas Sem Fronteiras”, o Projeto “Aguarte * Torna-te Água dinamizará a consciência hídrica junto de vários públicos: Jovens, Adultos, Sénior e comunidade em geral.
De carácter inovador, este projeto prevê a utilização de diversas formas de expressão artística como meio transmissor da mensagem de preservação da água e o seu valor intrínseco à vida humana, não só no sentido biológico, mas também como arquétipo histórico de desenvolvimento social e económico. Neste, a Água, além de matéria prima essencial à vida humana, surge como elemento arquétipo ligado às emoções, conectando-se a tudo aquilo que nos torna humanos, as sensações, as emoções e a sua expressão artística.
Abrindo “a cortina” deste vasto projeto, apresentamos alguns dos momentos de exploração da temática com os grupos intervenientes do processo:
- Através de sessões grupais psico-educacionais com adolescentes e jovens, pretendemos revelar o potencial transformador da arte com uma abordagem integrativa,
- Pretende-se mergulhar num caminho de reencontro com as capacidades expressivas que nos permitem resignificar a relação com a Água.
- Através da voz-terapia pretendemos dar voz a este elemento essencial à vida pela vibração do som e a contactar a nossa voz ritual num reconhecimento deste elemento e o desenvolvimento de um olhar valorizador que nos reconecta com a natureza e a importância dos seus recursos.
- Através da Biodanza experienciar a reconexão ao elemento água através do movimento, reconhecendo e integrando as expressões do movimento associadas às características da água, como a fluidez, a capacidade de fusão e a cenestesia;
- Através da criação de um grupo de Teatro Sénior centrado na escassez dos recursos hídricos, desenvolver, a partir de experiências de vida, jogos dramáticos e de exercícios de concentração, flexibilidade e expressão, um processo de consciencialização para um uso consciente dos recursos hídricos.
- Numa fase posterior, o foco será a exibição de todos os trabalhos preparados ao longo do projeto, através de mostra pública das performances construídas no primeiro eixo; num espetáculo que incluirá performance de movimento e voz, teatro e exposição de trabalhos expressivos dos jovens.
A Água está na origem da vida. Das Águas uterinas às águas das cascatas cristalinas, dos rios pulsantes aos lagos espelhados, dos pântanos misteriosos até à imensidão do mar, as águas podem ser calmas e translúcidas, espelhando o céu ou ser agitadas e revoltas, fruto de tempestades e tormentas.
Tendo a Delegação de Faro/ Loulé atuação em duas comunidades distintas, e com valências na área social que passam por vários eixos como famílias, vítimas de violência doméstica, crianças, jovens, adolescentes, idosos, dependentes e vários projetos sociais a decorrer nos mais diversos contextos sociais, este Projeto surge com naturalidade, integrado com os objetivos estabelecidos pela Comunicação e Educação Ambiental da Águas do Algarve no sentido de investir em ações de conscientização que despertem novos valores, tanto individuais quanto coletivos, em todos os estratos sociais da comunidade, onde se incluem os mais desfavorecidos, muitas vezes de mais difícil acesso.
Como instituição humanitária não governamental, com valores que prezam pela defesa da vida, da saúde e dignidade humana, a Cruz Vermelha presta assistência humanitária e social aos mais vulneráveis, garantindo a resposta às necessidades locais de todos os beneficiários, desenvolvendo a sua atividade em quatro áreas centrais: Saúde, Ação Social, Emergência e Ensino / Formação. Através deste projeto a Cruz Vermelha através do seu âmbito de intervenção, amplia a sua atuação também enquanto veículo de Educação Ambiental pelas artes junto das comunidades.
O protocolo foi assinado ontem dia 09 em Faro