Festival interMEDio arrancou em festa com brinde de Virgem Suta e “baile” de Kumbia Boruka
O espírito festivo do Festival MED esteve ontem bem presente no arranque do interMEDio, edição limitada e adaptada às medidas impostas neste contexto pandémico. E foi em alta, com dois concertos repletos de energia, protagonizados pelos portugueses Virgem Suta e pelos mexicanos Kumbia Boruka, que Loulé deu as boas-vindas a um público que há mais de dois anos está afastado dos grandes eventos.
A escolha do cartaz para a primeira das 7 noites que irão animar o Palco da Cerca, junto à zona histórica da cidade, não podia ter sido a melhor e contribui para abrir ainda mais o apetite dos espetadores sedentes de espetáculos e de boa música ao vivo. A abrir as hostilidades, subiu ao palco uma das bandas nacionais que nos últimos anos mais se tem destacado na cena pop-rock portuguesa e com eles também a resiliência que marcou o setor cultural nestes tempos difíceis. “Dança de Balcão” (o inconfundível “brinde a nós”) foi a cereja no topo do bolo de um concerto onde aos temas emblemáticos como “Maria Alice” ou “Linhas Cruzadas” se juntou um cover do sempre sonante “Playback” de Carlos Paião protagonizado pelos Virgem Suta de Jorge Benvinda e Nuno Figueiredo.
Kumbia Boruka ficarão, de certo, na história deste interMEDio, o evento de transição para 2022 e para o regresso em pleno Festival MED. Se os ritmos latinos são por si só o mote ideal para a festa, estes mexicanos que tiveram ontem em Loulé a sua estreia absoluta em solo português tiveram a competência de mostrar como é possível pôr os espectadores a dançar mesmo sentados. Um “baile” improvisado em tempos de pandemia, cumprindo todas as regras de segurança impostas, onde uma cumbia renovada assente na tradição mas que se mescla com outras sonoridades foi a rainha da noite.
O interMEDio tem hoje a sua segunda noite, com a atuação de mais um representante do Alentejo. Depois dos bejenses Virgem Suta, é agora a vez de Buba Espinho trazer ao palco o melhor do Fado e o Cante Alentejano, os dois patrimónios culturais imateriais da UNESCO. A noite encerra com o regresso dos ucranianos DakhaBrakha ao palco louletano. “O verdadeiro caos étnico” que caracteriza a banda irá de certo trazer mais uma noite inesquecível no casco histórico de Loulé.