Saúde

CHUA começa a utilizar procedimento não invasivo para o tratamento do Glaucoma

Foram intervencionados, esta semana, dois doentes com glaucoma com recurso a uma técnica não invasiva que está, a partir de agora, disponível no Centro Hospitalar Universitário do Algarve.

As cirurgias de ablação ultrassónica do corpo ciliar, realizadas pela equipa do Serviço de Oftalmologia de Portimão, permitirão tratar a pressão intraocular elevada que conduziu ao glaucoma, nestes dois doentes, evitando o agravamento da doença que pode levar à perda severa de visão ou mesmo a uma situação de cegueira irreversível.

O glaucoma é uma doença oftalmológica grave que surge, na maioria dos casos, devido ao aumento da pressão intraocular provocada pelo desequilíbrio na produção e drenagem do humor aquoso (líquido no interior do olho) que, em excesso, conduz ao aumento da tensão ocular.

Esta intervenção cirúrgica “consiste na destruição parcial do corpo ciliar, que é o órgão que produz o humor aquoso, levando à diminuição da produção deste líquido, o que consequentemente conduzirá à descida da pressão intraocular. Este procedimento, ao contrário dos outros tratamentos cirúrgicos preconizados para o tratamento do glaucoma, tem a vantagem de ser não invasivo, anulando assim as complicações dos procedimentos típicos que criam cirurgicamente uma «abertura» (fístula) para drenar o líquido, o que acarreta sempre riscos de infeção associados, que por vezes podem ser graves” explica Filipe Isidro, médico oftalmologista que realizou este procedimento. “É então uma técnica mais segura, com muito menos efeitos secundários e que, a longo prazo, salvaguarda o olho” conclui o médico oftalmologista.

O Glaucoma é uma doença grave, e que na maioria das vezes só é detetada com uma ida ao Oftalmologista, ou quando apresenta sintomas, que normalmente é já numa fase muito avançada da doença, pelo que os profissionais deixam o apelo a que as pessoas maiores de 50 anos consultem o oftalmologista com regularidade para avaliação da sua saúde ocular, e principalmente da pressão intraocular, que pode conduzir ao glaucoma.