ZERO quer eliminação gradual da venda de esquentadores/caldeiras a combustíveis fósseis até 2025
ECOS e Coligação Coolproducts, de que a ZERO faz parte, lançam relatório apelando a uma medida essencial para alcançar a neutralidade climática ZERO quer eliminação gradual da venda de esquentadores/caldeiras a combustíveis fósseis até 2025 Um estudo efetuado por especialistas da ECOS – Organização Europeia de Ambiente para a Normalização e da Coligação Coolproducts, ambas integradas pela ZERO, mostra que a eliminação de novos esquentadores/caldeiras a gás ou gasóleo até 2025 poderia economizar 110 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono (CO2) por ano até 2050. O estudo realizado mostra que encerrar a instalação de novos esquentadores ou caldeiras a gás ou gasóleo a partir de 2025 economizaria 30 milhões de toneladas (Mt) de emissões anuais de CO2 até 2030, 90 Mt até 2040 e 110 Mt até 2050 – 110 Mt equivale a todas as emissões de CO2da Finlândia e da Suécia combinadas e quase ao dobro das emissões de Portugal (níveis de 2018). As associações de ambiente envolvidas pedem à União Europeia que use os regulamentos de design ecológico (ecodesign) e rotulagem energética para eliminar gradualmente os esquentadores/caldeiras a combustível fóssil, colocando-as nas duas categorias de pior desempenho na etiqueta energética (F e G) e, em seguida, removendo-as do mercado progressivamente. Se continuarmos a instalar esquentadores/caldeiras a combustível fóssil após 2025, a Europa não atingirá a neutralidade climática em 2050 e os líderes da União Europeia (UE) simplesmente não cumprirão sua promessa, havendo também uma clara dificuldade acrescida no mesmo objetivo para Portugal. Já existem soluções de aquecimento limpas, como bombas de calor e energia solar térmica, e os governos devem dar-lhes um impulso decisivo. É apenas uma questão de vontade política. Para a ZERO, a proibição de venda de novos esquentadores/caldeiras a combustíveis fósseis é a única forma de garantir a descarbonização das nossas casas e dos edifícios públicos e o governo português deve claramente apontar para uma retirada progressiva destes equipamentos do mercado ao longo dos próximos cinco anos, até 2025. Quando olhamos para os milhares de milhões de euros que a UE prometeu investir na renovação de edifícios, a eliminação progressiva do gás e do gasóleo dos nossos sistemas de aquecimento destaca-se verdadeiramente como uma peça essencial. 28% da energia total consumida na UE é utilizada no aquecimento do ar e da água. Atualmente, 75% da energia produzida para aquecimento vem de combustíveis fósseis (gás, petróleo e carvão). É possível aquecer as nossas casas sem aquecer o planeta: para além do investimento fundamental num melhor isolamento, tecnologias como bombas de calor podem fazer o trabalho de uma forma muito mais limpa. No entanto, à escala europeia, apenas cerca de 17,3% dos aparelhos de aquecimento instalados nas casas europeias são alimentados por eletricidade ou utilizam tecnologias limpas. Os regulamentos de ecodesign e rotulagem energética foram introduzidos para aquecedores em 2013, após sete longos anos de negociações. Essas novas regras já provocaram uma mudança nas tendências do mercado, com soluções mais eficientes tornando-se cada vez mais populares nos últimos anos. Tal permitiu economizar 20 Mt de CO2 já em 2020. Alguns países europeus estão já a tomar medidas para banir esquentadores/caldeiras a gás ou gasóleo em novos edifícios. Em 24 de novembro, a França anunciou uma nova regulamentação proibindo o aquecimento a gás em novas casas a partir de julho de 2021, tendo o Reino Unido manifestado uma intenção semelhante a partir de 2023. Notas para editores:[1] O relatório completo “Restam cinco anos – como o design ecológico e as etiquetas energéticas podem descarbonizar o aquecimento”: https://drive.google.com/file/d/1KjWE0ZOkZpVvATczNafzFtez-XgyWQ6x/view?usp=sharing A coligação Coolproducts é uma coligação de organizações não governamentais europeias que trabalham para garantir que o ecodesign e a rotulagem energética realmente funcionem para os europeus e o ambiente. Liderada pela European Environmental Citizen’s Organisation for Standardisation (ECOS) e pelo European Environmental Bureau (EEB). |