Lagos promove Igualdade e Não Discriminação
O município de Lagos vai ter um Plano Municipal para a Igualdade e Não Discriminação. O documento, elaborado internamente pelos serviços da área social em colaboração com as entidades parceiras da Rede Social de Lagos, foi aprovado na última reunião de Câmara, colocando especial enfoque ao nível da formação e capacitação, tanto organizacional como comunitária. Na mesma ocasião foi ainda aprovado o “Protocolo de Cooperação para a Igualdade e Não Discriminação – Nova Geração” a celebrar entre a autarquia e a Comissão para a Cidadania e a Igualdade (CIG).
Com um horizonte de aplicação temporal de quatro anos (2020-2023), o Plano Municipal para a Igualdade e Não Discriminação do Município de Lagos (PMIND/Lagos) estabelece um conjunto de ações a desenvolver, as quais estão agrupadas em torno de três grandes eixos de intervenção: a Promoção da Igualdade entre Homens e Mulheres; a Prevenção e Combate à Violência Doméstica; o Combate à Discriminação em Razão da Orientação Sexual, Identidade, Expressão de Género e Características Sexuais.
A nomeação de Conselheiros/as Municipais para a Igualdade e a constituição de uma “Equipa para a Igualdade na Vida Local”; ações de informação e capacitação junto das famílias; ações de formação dirigidas a trabalhadores/as da autarquia, empresa municipal, entidades parcerias da Rede Social e comunidade em geral; a criação ou replicação, ao nível organizacional, de iniciativas promotoras da conciliação como condição para uma efetiva igualdade entre homens e mulheres; e a realização de ações sobre a promoção da igualdade de género e combate aos estereótipos junto da comunidade escolar, IPSS e dirigentes desportivos e culturais, são algumas das ações previstas no âmbito do Eixo 1.
Para prevenir e combater a violência contra as mulheres e a violência doméstica (Eixo 2), a estratégia proposta passa por normalizar junto da comunidade uma cultura de não-violência e intolerância a todas as manifestações de violência, através da dinamização de ações de sensibilização junto da comunidade nos seus vários ciclos de vida, de qualificação da intervenção local e da consolidação da resposta local de apoio à vítima, área de intervenção que teve especial incremento, desde abril de 2019, com a entrada em funcionamento do Gabinete de Apoio à Vítima (GAVA) que aconteceu por ocasião da adesão de Lagos à Rede Nacional de Apoio à Vítima de Violência Doméstica.
Já no Eixo 3 a estratégia e as ações propostas no Plano têm como objetivo geral promover a desconstrução dos estereótipos homofóbicos, bifóbicos, transfóbicos e interfóbicos. Combater o bullying em meio escolar e garantir o acesso à informação e aos serviços de apoio existentes são duas das medidas preconizadas.
Merece referir que este planeamento foi precedido, numa primeira etapa, de um exaustivo trabalho de contextualização, em termos de enquadramento legislativo, político e conceptual, e, numa segunda fase, de um diagnóstico que permitiu fazer a caracterização da situação e da realidade local atual no que concerne a dados demográficos e socioeconómicos, às ocorrências por violência doméstica registadas no concelho e à composição do município e das entidades do terceiro setor parceiras da Rede Social sediadas no concelho, dados que vieram complementar as conclusões dos diagnósticos sociais elaborados em 2005, 2011 e 2015, os quais já identificavam esta área como prioritária para a intervenção e desenvolvimento social local.