Primeiro telescópio português dedicado a operações de vigilância espacial entrou em funcionamento na ilha Terceira
Na sequência da criação do Programa Europeu de Space Surveillance and Tracking (SST), Portugal faz hoje parte de um conjunto restrito de países com capacidade real de monitorização, caracterização e seguimento de objetos que, deslocando-se em órbitas próximas à Terra, podem constituir um perigo real para as infraestruturas espaciais e para os cidadãos na superfície da Terra (reentrada e queda na superfície de objetos vindos do espaço).
O programa SST, que o Ministério da Defesa Nacional lidera a nível nacional, visa ainda capacitar Portugal em áreas sensíveis e tecnologicamente diferenciadas, criando e fixando competências que contribuam para uma maior segurança nacional e internacional no espaço, e que reforcem a presença nacional na política espacial europeia
Este programa pode também potenciar o desenvolvimento das duas regiões ultraperiféricas nacionais, os Açores e a Madeira, aproveitando e maximizando a sua vantagem geoestratégica.
Portugal é representado pelo Ministério da Defesa Nacional no Consórcio Europeu SST e, com apoio dedicado das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, foi agora possível colocar em operação o primeiro telescópio nacional, o AzoresTel1-S, na ilha açoriana da Terceira, onde irá também funcionar o Centro de Operações Espaciais (COpE).4
Prevê-se que, em breve, entre também em funcionamento, na ilha de Sta. Maria, um segundo telescópio (sensor ótico), em tudo semelhante ao AzoresTel1-S.
O novo telescópio da rede SST-PT captou já no passado sábado, dia 10 de outubro, uma imagem de elevada qualidade da galáxia Andrómeda, uma galáxia espiral localizada a mais de 2,5 milhões de anos-luz de distância da Terra.
A configuração final deste sensor terá capacidade móvel, podendo vir a ser usado em qualquer parte do mundo. A conclusão desta solução móvel e definitiva deverá estar pronta até fevereiro de 2021.