14º Portugal Masters – Tomás Bessa justifica convite de Campeão Nacional
Cinco portugueses jogaram ontem quinta-feira) abaixo do Par no Dom Pedro Victoria Golf Course, em Vilamoura e colocaram-se dentro do cut provisório do 14.o Portugal, algo nunca visto antes numa jornada inaugural do mais importante torneio português, de um milhão de euros em prémios monetários.
No ano passado tinham sido três a concluir os primeiros 18 buracos abaixo do Par (Tiago Cruz, João Carlota e Daniel da Costa Rodrigues), em 2018 dois (Ricardo Melo Gouveia e Tomás Silva), em 2017 três (Ricardo Melo Gouveia, Filipe Lima e Hugo Santos), em 2016 dois (Ricardo Melo Gouveia e João Ramos), só para falar dos anos mais recentes em que começou a haver mais portugueses em prova.
Tomás Bessa foi o português melhor classificado hoje, na 21.a posição (empatado), com 68 pancadas, 3 abaixo do Par; seguido de Ricardo Santos, Ricardo Melo Gouveia e Filipe Lima em 29.o com 69 (-2), e ainda Tomás Santos Silva em 48.o com 70 (-1).
Foi plenamente justificada a decisão da Federação Portuguesa de Golfe (FPG) de premiar com um convite para o Portugal Masters o jogador que vencesse o Solverde Campeonato Nacional PGA, uma medida que mereceu a aprovação da PGA de Portugal.
A apenas 1 pancada fora do corte está Vítor Londot Lopes, na 66.a posição, tendo igualado o Par-71 do campo desenhado pelo mítico Arnold Palmer, pelo que ainda com muito boas hipóteses de seguir em frente.
Bem na luta por um apuramento, a necessitar de uma boa segunda volta amanhã (sexta- feira) estão Pedro Figueiredo e o Amador Pedro Lencart, no grupo dos 78.o classificados, com 72 (+1).
Entre os portugueses, o único que está verdadeiramente arredado é Miguel Gaspar, que surge apenas no 132.o e último lugar, com 82 pancadas, 11 acima do Par, num dia em que até admitiu ter tido oportunidades de birdie no início da volta.
O 14.o Portugal Masters é liderado pelo escocês Liam Johnston, com 61 pancadas, 10 abaixo do Par, a sua melhor volta de sempre no European Tour. É um jogador que só tem um título do Challenge Tour no seu palmarés, mas que esteve verdadeiramente inspirado e lidera com uma vantagem de 1 pancada sobre o parceiro de grupo de Tomás Santos Silva, o francês Julien Guérrier, com 62 (-9).
O inglês Laurie Canter, que atuou na formação de Pedro Lencart, é o 3.o classificado com 64 (-7) e é curioso notar que nenhum dos jogadores do top-3 do torneio algarvio não perdeu qualquer pancada para o campo.
A melhor pancada do dia foi da autoria do indiano Shubhankar Sharma, que assinou o primeiro albatroz da época de 2020 da Corrida para o Dubai, no buraco 17, metendo a bola no buraco a uma distânbia de 220 metros, com uma segunda pancada executada com um ferro-2, um taco já pouco utilizado. O albatroz é considerado o hole-in-one dos profisisonais porque é bem mais difícil de concretizar.
A grande estrela da prova, o inglês Tommy Fleetwood, 16.o do ranking mundial, fez o mesmo resultado do campeão nacional, Tomás Bessa, figurando, por isso, no mesmo grupo dos 21.o com 68 (-3).
Com o rough bem mais elevado do que no ano passado, a fazer lembrar os anos mais desafiadores do Dom Pedro Victoria Golf Course, e com os greens bem rápidos, a uma velocidade de 12, dizia-se antes do torneio começar que em 2020 não iríamos ver um campeão a ultrapassar as 20 pancadas abaixo do Par.
No entanto, o vento não sorprou e os jogadores mostraram-se desejosos de birdies, depois de uma semana anterior terrível no Masters da Andaluzia, em Valderrama, onde fazer um Par já era um feito. E a verdade é que as previsões saíram furadas.
A fantástica volta de Liam Johnston é a terceira melhor ronda inaugural na história do Portugal Masters, só superada pelas 61 pancadas (-11) do ex-n.o1 mundial Martin Kaymer em 2007, e pelas 60 pancadas (-11) do Ryder Cupper Nicolas Colsaerts em 2014.
O 14.o Portugal Masters recomeça hoje, a partir das 7h35, e com a última formação a partir às 15h10, só com saídas do buraco 1. O cut será superado pelos 65 primeiros classificados (incluindo empatados) e, para já, está fixado em 1 pancada abaixo do Par.
Principais declarações dos jogadores portugueses (declarações completas em video, na conta de Facebook da PGA de Portugal):
Tomás Bessa: «Tive ali uma sequência de buracos muito boa, em que fiz 3 birdies e 1 eagle seguidos (entre o buraco 14 e o 17), o que deu-me algum alento, porque nos primeiros nove buracos joguei um pouco mal. Queria fazer um bom resultado porque sinto-me a jogar bem».
Ricardo Santos: «Jogar abaixo do Par é sempre positivo, apesar de como o campo está. É verdade que depois do começo que tive (foi com -4 para o buraco 9) fico com um sabor amargo de boca (2 bogeys, no 9 e no 12), mas estou bastante satisfeito com a volta».
Ricardo Melo Gouveia: «Falhei alguns fairways mas quando falhei soube aceitar o erro (como no buraco 1) e acabei por fazer uma boa volta, uma volta sólida, foi um bom começo. A minha velocidade nos greens está bastante melhor, adaptei-me bem».
Filipe Lima: «Não tinha sensação de competição num campo de golfe desde fevereiro (na realidade desde janeiro) e fiquei muito contente com uma volta de 2 pancadas abaixo do Par. Tive muito prazer de jogar de novo no campo e é uma maneira de dizer a mim próprio que ainda gosto de jogar golfe».
Tomás Santos Silva: «Foi um dia de sensações mistas. Sinto que joguei razoavelmente bem, mas que não joguei o meu melhor. Acabo com 1 pancada abaixo do Par mas com um sabor agridoce, porque nos buracos finais poderia ter feito um bocadinho melhor».
Liam Johnston: «Tinha dito ao meu treinador que estava a fazer swings ao nível do meu melhor de sempre. Parece-me que o meu jogo está a ir no caminho certo. Mais importante, estou mentalmente bem. Não estava à espera de uma volta destas, mas acho que estou a jogar bem».