No dia 23 de março, o Mercado Municipal de São Brás de Alportel recebeu o 1.° Mercado do Caldeirão, numa organização da CGSC – Confraria Gastronómica da Serra do Caldeirão em parceria com o Município de São Brás de Alportel, a CVA – Comissão Vitivinícola do Algarve e com o apoio da Confraria do Bacchus de Albufeira.
Foram centenas os visitantes que ocorreram a este evento e que tiveram a oportunidade de contatar os cerca de 60 expositores presentes, entre artesãos e produtores da Serra do Caldeirão. Os visitantes puderam encontrar diversos produtos tradicionais do interior e barrocal da Serra do Caldeirão tais como mel, azeite, aguardentes, licores, enchidos, doçaria, compotas, artesanato, distribuídos pelos três espaços dedicados: Alambique, Horta e Pomar. Este Mercado contou ainda com o Espaço Adega, que teve como coordenador o enólogo algarvio Gilmar Brito e que foi abrilhantado com uma dezena de produtores de vinho da região do Algarve que puderam assim apresentar algumas das novidades que estão a entrar no mercado, tendo havido uma representação dos Vinhos Generosos de Carcavelos a cargo da Confraria dos Enófilos do Vinho de Carcavelos, com quem a confraria anfitriã tem assinado um protocolo de colaboração.
Durante o evento houve ainda oportunidade de desfrutar das demonstrações gastronómicas no Espaço Sabores a cargo de Ana Rita Clemente (Sabores da Rita), Chef Pedro Santos, Otília Cardeira e do Chef Abílio Guerreiro e alunos (EHTA). Gilmar Brito fez uma apresentação de vinhos da casta Negra Mole sob a chancela da CVA – Comissão Vitivinícola do Algarve e a animação esteve a cargo dos grupos de música tradicional portuguesa locais «Vozes do Barrocal» e «Carolas de SBA».

Gonçalo Mesquita (Grão-Mestre da CGSC) faz um balanço muito positivo do evento, mencionando que estas ações fazem cada vez mais sentido numa vertente de promoção dos agentes económicos do barrocal e interior algarvio que preservam e promovem os verdadeiros produtos e cultura tradicionais e genuínos da região. Entende ainda que estes atores da economia tradicional regional «combatem» num mercado totalmente desnivelado, ou seja, “existem muitos produtos replicados aos originais que são fabricados massivamente em unidades industriais (muitos vindos do estrangeiro), que pelo preço e quantidades são colocados no circuito comercial turístico do Algarve, em detrimento dos produtos originais e com uma qualidade superior”.
O responsável frisou que “temos cada vez mais que proporcionar à população local e visitantes da região ambientes únicos como este Mercado do Caldeirão, como que se estivesse a entrar numa máquina do tempo onde é possível voltar a sentir os aromas e sabores que definem a cultura, gastronomia e vinhos deste território”. “É obrigatório que todas as entidades com responsabilidade local e regional estejam sintonizadas na preservação desta economia tradicional que nos define enquanto algarvios e que historicamente fez com que esta região fosse procurada a par do sol e da praia. Existem produtos, receitas, tradições que paulatinamente se vão perdendo caso não façamos nada”, avisou Gonçalo Mesquita.
Após o sucesso deste certame, a Confraria Gastronómica da Serra do Caldeirão promete a realização de uma segunda edição a realizar em março de 2026, havendo ainda a possibilidade de haver uma edição entre o outono e o inverno deste ano.