Lançamento da 1.ª pedra da requalificação e ampliação da escola básica de Ferreiras responde a uma necessidade há muito sentida pela população
O projeto de Requalificação e Ampliação da Escola Básica de Ferreiras foi desenvolvido pelos serviços do Município de Albufeira, nomeadamente pela Divisão de Estudos e Projetos, sendo que a apresentação detalhada do mesmo ficou a cargo de técnico responsável pela sua execução.
Atualmente, a capacidade da Escola Básica Integrada de Ferreiras encontra-se esgotada, havendo a necessidade urgente de mais salas para a componente letiva e espaços diferenciados, sendo que até à presente data, a solução encontrada passou por recorrer a contentores para fazer face às carências sentidas. Acresce que o referido estabelecimento de ensino, construído em 1994, nunca foi alvo de qualquer intervenção desde essa data.
O presidente da Câmara Municipal de Albufeira, visivelmente satisfeito, referiu tratar-se de uma cerimónia simbólica, contudo muito importante, uma vez que é a forma mais fácil de chegar até às pessoas, de passar a informação para o exterior, para que a comunidade saiba onde a autarquia gasta o dinheiro. José Carlos Rolo frisou que terminada a cerimónia as obras irão começar de imediato. “E deixem que vos diga que não ficou em esquecimento a questão das alterações climáticas, com a aplicação de painéis fotovoltaicos que irão gerar energia para o consumo da própria escola); das acessibilidades com uma unidade de autismo, salas dedicadas ao ensino especial e percursos pedonais acessíveis na zona exterior do espaço escolar, bem como o crescimento demográfico do concelho”. José Carlos Rolo referiu que se trata de uma consequência dos novos tempos “Até 2008/2009 as escolas funcionavam em regime normal, o que na altura, com a crise financeira e a saída de muitas pessoas de Portugal, até era exagerado. A partir de 2012/2013 as inscrições foram sempre em crescendo, o que nos leva a ter de fazer estas ampliações nos estabelecimentos escolares em todos os níveis de ensino”. Assim, a solução preconizada para a Escola Básica de Ferreiras passa por melhorar e expandir, a vários níveis, um estabelecimento com vários anos, com as valências de ensino básico do 1.º, 2.º e 3.º ciclo, e, ainda, uma unidade de autismo, com necessidades específicas. “A intervenção permite receber mais 328 alunos (150 para o 2.º ciclo e 178 para o 3.º ciclo) e melhorar as condições de segurança da infraestrutura, as condições funcionais, ambientais e de conforto termo/acústico e, ainda, a adequar os espaços e garantir a adaptabilidade e durabilidade dos mesmos“, concluiu.
Durante a apresentação técnica foi referido que na impossibilidade de ampliar o equipamento de ensino para fora do recinto escolar, a autarquia optou por construir um novo edifício, que envolve o já existente, no extremo norte do recinto, através da construção de uma ponte pedonal, com vista a melhorar as condições de ensino e de aprendizagem, que contribuem para valorizar e dignificar o parque escolar da freguesia de Ferreiras e do concelho.
Assim, após concluída a obra, a Escola Básica de Ferreiras irá ficar com um total de 5 blocos. No Bloco A (já existente da EB2,3), a intervenção contempla apenas alterações pontuais, mantendo-se no piso térreo a sua distribuição funcional. O refeitório irá ser ampliado, ficando com uma capacidade para 284 lugares. No piso superior há a destacar a utilização do antigo auditório como sala de aula e a adaptação do atual espaço da biblioteca para 2 salas de aula normais e 1 gabinete. A área de convívio do aluno vai sofrer uma pequena adaptação com vista a ficar protegida da chuva. Refira-se que este edifício já se encontra dotado de uma plataforma elevatória nas escadas, que será mantida.
O foco da intervenção consiste, no entanto, na construção de um novo bloco – Bloco B, que “abraça” o edifício existente na zona da Cantina e Espaço de Convívio, com uma entrada autónoma para permitir a abertura da escola à comunidade. O edifício é constituído por 3 pisos: piso -1 que acolhe os espaços de apoio ao Auditório; Camarins e Arrumos; piso 0 que integra o Átrio de Acolhimento e Receção; Auditório para 150 lugares, mais 4 lugares para pessoas com mobilidade condicionada; espaços de apoio; Zona técnica; Laboratório; Sala de Ciências e Instalações Sanitárias Adaptadas e piso 1, onde estão localizados um Laboratório, Sala de Música; Sala de Informática; 4 Salas de Aula normais; Sala para pequenos grupos; Biblioteca; Instalações Sanitárias Adaptadas e Arrumos. O bloco dispõe, também, de uma zona exterior coberta, junto à sala de convívio, que permite que os alunos usufruam do espaço com condições de conforto e segurança. No Bloco C (edifício já existente da EB1, não contemplado na candidatura) não será efetuada qualquer intervenção ao nível do espaço físico, estando apenas previsto que duas das salas de aula, localizadas no piso térreo, na proximidade da unidade de autismo fiquem afetas à referida valência. Assim, o bloco C ficará a dispor de 8 salas de aula destinadas ao 1º ciclo e 3 salas dedicadas ao ensino especial. O Bloco D – Edifício novo da EB1, não contemplado na candidatura, localizado ao nível do piso superior do bloco C, visa colmatar a falta de espaços letivos, através da criação de mais 4 salas de aula; instalações sanitárias e sala de apoio. Este bloco é constituído por 2 pisos: piso 0 que integra 2 salas de aula normais e instalações sanitárias adaptadas e piso 1 que acolhe mais 2 salas de aula normais e 1 sala de apoio. O Bloco E destina-se ao Pavilhão Desportivo, sendo que a intervenção consiste, apenas, na substituição do piso desportivo da nave principal. Refira-se, ainda, que os espaços exteriores serão sujeitos a uma intervenção paisagística que visa valorizar e dignificar o recinto escolar. A empreitada que abrange as valências de Ensino Básico do 2.º e 3.º Ciclos fica com uma capacidade de resposta para um total de 756 alunos e um Auditório com 150 lugares.
O presidente recordou que a primeira Creche a ser financiada a nível nacional pelo PRR foi a Creche da Guia. “A nível da Educação não temos mais obras a ser financiadas pelo PRR, mas estamos a contar com outras fontes de financiamento, nomeadamente um empréstimo do BEI – Banco Europeu de Investimento para as obras da Escola Francisco Cabrita e da Escola Secundária”. O autarca referiu, ainda, que a obra “construída num terreno municipal com uma área de 6.960 metros quadrados, acompanhada, desde início, pela vereadora responsável pelo pelouro da Educação, Cláudia Guedelha, e pelos serviços municipais, corresponde a uma necessidade há muito sentida pela população de Ferreiras”.
O diretor do Agrupamento de Escolas de Ferreiras reiterou que a Freguesia tem assistido a um grande crescimento populacional, o que conduziu à falta de espaço “atualmente temos salas com 23 a 24 alunos”, pelo que há a necessidade de ampliar o estabelecimento de ensino”. O projeto de Requalificação e Ampliação foi executado por um aluno da nossa escola, agora arquiteto da autarquia, referiu. “Aqui preparamos os nossos alunos para mais tarde poderem mudar o mundo e foi isso precisamente que aconteceu aqui, o que nos deixa muito orgulhosos”. Vitor Ferraz fez questão de realçar que está disponível para acompanhar o trabalho do empreiteiro para que a obra fique concluída dentro do prazo previsto.
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve sublinhou que “a presente empreitada surgiu na sequência da aprovação das candidaturas de seis escolas públicas do Algarve que vão ser requalificadas no âmbito do PRR e do BEI, beneficiando de obras no montante global de 42 milhões de euros de investimento, numa gestão de fundos do PRR que tem a CCDRA como beneficiário intermédio”. A Escola Básica de Ferreiras integra o primeiro grupo de 4 escolas algarvias aprovadas ao abrigo do PRR, cujos contratos de financiamento foram assinados em Monchique, no dia 29 de maio, na presença de Manuel Castro Almeida, ministro-adjunto e da Coesão Territorial. José Apolinário sublinha que os concursos no âmbito do PRR têm por objetivo a modernização de estabelecimentos públicos de ensino do 2.º e 3.º Ciclos do ensino Básico e Secundário, identificados como necessitando de intervenção prioritária, sendo que os trabalhos previstos devem ser concluídos até 30 de junho de 2026.
O presidente da CCDRA agradeceu o empenho e colaboração da autarquia, da vereadora do pelouro e respetiva equipa técnica pelo trabalho desenvolvido para chegarmos ao dia de hoje, em que se assinala o início da obra de Requalificação e Ampliação da Escola Básica de Ferreiras. “O Município de Albufeira foi exemplar a dar a volta em situações muito difíceis, nomeadamente aquando da pandemia, sabendo aproveitar bem as verbas disponibilizadas pela ´”Bazuca”, isto graças ao trabalho desenvolvido em conjunto, articulado com várias instituições”. Agora temos, também, que saber trabalhar juntos para executar as verbas do PRR em tempo útil e podermos melhorar a vida das populações, realçou. “Temos 42 milhões de euros para aplicar na Educação na região do Algarve, pelo que é preciso olhar para o crescimento demográfico e a consequente necessidade de acolher e dar condições aos jovens”. As estatísticas do INE comprovam que quanto maior for o insucesso escolar, maior será o risco de pobreza, pelo que o crescimento populacional obriga a um maior investimento na qualificação e inclusão das pessoas e temos todos que trabalhar nesse sentido, reiterou. José Apolinário terminou frisando que “a capacidade de mudança é cada vez mais necessária para o futuro e ao concretizarmos o PRR estamos a trabalhar para o futuro”.
Refira-se que a Obra de Requalificação e Ampliação da Escola Básica de Ferreiras tem um prazo de execução de 545 dias, devendo ficar concluída até 30 de junho de 2026.