8.ª Edição do Festival Spoken Word presta homenagem a Milai
O Gimnásio Clube de Faro volta a trazer ao Algarve o que de melhor se faz a nível regional e nacional na área do Spoken Word. Serão três dias, de 15 a 17 de novembro, de palavra dita, poesia e performance, numa abordagem contemporânea que funde a arte da palavra com dança, música, teatro e vídeo. O público também é convidado a partilhar textos e poemas em serões de «microfone aberto», em que o único limite é a vontade de participar.
No dia 15, às 21h45, acontece «POEZIA BRUXA» com Pedro Monteiro (texto e voz) e Paulo Strak (música/contrabaixo), com os princípios e os fins das letras, do boi à adaga, mais todas as vogais de som contínuo e ainda o ritmo profundo. Segue-se GDM, acrónimo de «Gangster do Mato», que faz desta arte o seu trabalho diário, na rua e nos comboios – daí ser também conhecido como o Rapper dos Comboios. Dominando o improviso de forma brilhante, promete um espetáculo surpreendente, no qual partilhará o palco com os rappers algarvios «Lá no 7» (Almalgarvia; Chalice Bwoy; Okin, Dyabetik; Kabula; Jv).
No dia 16 de novembro, às 15h, há o workshop de declamação «Poesia de coração na boca» com Maria Vilalobos, com o custo de 15 euros, a duração de três horas e inscrições limitadas para ginasioclubefaro@gmail.com. À noite, pelas 21h45, «Amor ou Sanidade» junta Sofia Brito (voz), Guilherme Limão (eletrónica) e Vilma Keuchguerien (flauta), num espetáculo onde música e palavra falada se abraçam sob o pretexto da poesia. A noite termina com «Mulher, posso e mando» de Maria Vilalobos, um projeto multidisciplinar que combina poesia, teatro e música, na utilização da palavra como veículo para a luta pela igualdade de género e equidade de oportunidades.
O domingo, a partir das 16h, é, como habitual, o momento dos «Calceteiros de Letras», com o envolvimento de coletivos ligados ao mundo das artes – escolas, associações, poetas amadores, que em conjunto preparam performances à volta do imaginário da poesia, com a presença do pianista Fernando Pessanha, «Lá no 7», Armando Correia e Ricardo Mendonça, alunos da Escola Secundária Tomás Cabreira, dança pela Camada – Centro Coreográfico, Tiago Marcos, «Se é azia, poesia!» com Joana Santos e Rita Guapo. O final de tarde culmina com a entrega do prémio Calceteiros de Letras, que distingue um artista ou entidade que ao longo dos anos tenha contribuído para a difusão da palavra e da poesia de forma criativa e original.
Este ano não se esconderá quem irá receber esta distinção, porque será homenageada, de forma singela, mas de coração, Milai – Maria Adelaide Fonseca – artista multifacetada que desenvolveu grande parte do seu trabalho em Faro e que partiu precocemente em 2023. O prémio é criação do artista plástico João Frank, que é ainda o autor de vídeo mapping que vai ser exibido na abertura de cada uma das sessões do Festival.