Setembro arranca com nova newsletter e programação cheia de novidades no cineteatro louletano
Em setembro, o Cineteatro Louletano (CTL) tem uma nova newsletter que permite aos públicos conhecerem a programação em maior detalhe, registando-se através do email. A opção é muito simples, e passa apenas por um registo no site do CTL, para ficar a saber tudo o que se passa nesta sala única a sul do país.
Não só na sala, como fora. Isto porque setembro arranca com um festival coproduzido pelo CTL que abrange vários espaços. Trata-se do Festival corpodehoje que já vai na 7ªa edição, que estará em Loulé de 7 a 22 de setembro. O festival de artes performativas oferece uma programação abrangente, com Dança, Performance, Teatro para a Infância, Cinema, Oficinas Artísticas e um Mercadinho Cultural. O Festival corpodehoje faz ainda uma incursão a Alte, numa atividade com o pintor, gravador e músico de Loulé, Daniel Vieira.
A 12 de setembro, decorre em Loulé a primeira iniciativa do programa ATOS, um programa promovido pelo Teatro Nacional D. Maria II e Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com o Cineteatro Louletano e implementado pelo coletivo artístico PELE. No dia 12, quinta-feira, às 21h00, no Cineteatro Louletano surge assim uma Conversa à Quinta com o Grupo de Pessoas Agitadoras da Cultura de Loulé. Uma boa oportunidade para o lançamento de um manifesto de várias pessoas próximas do setor da Cultura, em Loulé, após reflexão e debate sobre algumas das questões que se colocam a quem trabalha nesta área.
No dia seguinte, a 13, e inserido no mesmo programa, é organizado um convívio e piquenique ao pôr do sol, no Jardim Manuel de Arriaga (junto ao Loulé Jardim Hotel), criando espaços de aproximação e diálogo entre vários agentes culturais de Loulé. Este foi o resultado da auscultação de pessoas e da pesquisa, perscrutando locais e sugerindo iniciativas ligadas à Cultura. O convívio é às 18h00 e inclui ainda uma instalação coletiva.
Nessa mesma sexta-feira, mas à noite, às 21h00, há um concerto que é absolutamente único e imperdível: “Natália é quando uma mulher quiser”. O músico e compositor Renato Júnior convida um lote de músicas e vocalistas de fazer inveja: Áurea, Ana Bacalhau, Amélia Muge, Elisa Rodrigues, Kátia Guerreiro, Mafalda Veiga, Patrícia Antunes, Patrícia Silveira, Rita Redshoes e Viviane. Nada mais nada menos que uma dezena das melhores cantoras portuguesas, num espetáculo que é antes de mais um hino à mulher, ainda nos ecos do centenário de nascimento da escritora e poetisa Natália Correia. Este espetáculo tem interpretação em Língua Gestual Portuguesa.
No dia 15, domingo, às 17h00, há teatro vindo diretamente do Brasil, no âmbito do Festival Todos São Palco 2024, pelo Teatrão. A peça, dirigida por Wellington Fagner, chama-se Revolução na América do Sul, baseada num texto dos anos 60, de Augusto Boal, que aborda o processo contínuo de precarização da mão de obra trabalhadora. O texto cénico elabora uma (re)visão carnavalizada e uma outra narrativa que explora a paródia e contradições sociohistóricas dos Brasis revolucionários. “Diante deste nosso tempo sombrio, este espetáculo pretende ser uma intervenção político-poética em que os afetos e a resistência são as nossas armas revolucionárias”, diz o encenador.
No dia 20, sexta-feira, às 21h00, sobe ao palco em Loulé a peça “A Judia”, pela ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve. “A Judia” conta no elenco com a atriz e soprano Lara Martins (que tem feito carreira no West End, em Londres), o ator Miguel Ferreira e o pianista Hélder Marques. “A Judia” é um espetáculo de teatro e música que expande a colaboração entre Bertolt Brecht e Kurt Weill ao contextualizar um programa de peças musicais de Weill incrustadas na cena ‘A Judia’ da peça de teatro Terror e Miséria no Terceiro Reich, de Brecht. O cuidado na seleção das peças musicais e o seu posicionamento estratégico em momentos específicos do monólogo (mais tarde tornado diálogo) resulta numa dramaturgia que é muito mais do que a soma das partes que a constituem. Este espetáculo tem o recurso de Audiodescrição, para pessoas cegas e com baixa visão, e legendagem das canções em língua estrangeira.
No dia seguinte, a 21, sábado, também pelas 21h00, é JP Simões quem sobe ao palco. O cantor e instrumentista traz a Loulé um espetáculo muito especial. “JP Simões canta José Mário Branco” é uma homenagem a uma das personalidades que mais marcaram a música portuguesa desde a década de 1960, como cantor, autor, compositor, arranjador e produtor musical. O disco homónimo, que serve de base ao espetáculo, foi editado pela Omnichord Records em fevereiro de 2024, no ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril de 1974.
Domingo, 22, às 10h00 e às 11h30 há espetáculo para a infância, no Auditório do Solar da Música Nova. Chama-se “Cordão”, e é um espetáculo sobre a gestação e a magia da vida. “Cordão” é dirigido a famílias e a crianças a partir dos 3 anos.
Depois, a 26, às 21h00, uma estreia: Pé de Laranja Lima, pela Mákina de Cena, a partir da obra de José Mauro de Vasconcelos. Esta peça, no âmbito da Bolsa de Apoio ao Teatro, tem outra sessão a 27, sexta, às 21h00. E sexta de manhã, às 10h30, há uma sessão para escolas.
Por fim, a 29, domingo, às 17h00, há jazz com a Orquestra de Jazz do Algarve (OJA), num espetáculo integrado no ciclo Algarve All Jazz. Desta vez, a OJA conta com a participação muito especial da cantora norueguesa Silje Nergaard, ela que é uma das vozes femininas mais incontornáveis das últimas décadas e que conta com 16 álbuns publicados. Silje tem colaborado com algumas das melhores orquestras de jazz europeias, tais como a Metropole Orchestra, da Holanda e a WDR, da Alemanha. Neste encontro com a Orquestra de Jazz do Algarve, Silje Nergaard apresenta uma seleção de músicas e arranjos originais que mais representam a sua carreira. O espetáculo é precedido, no dia anterior, 28, de uma masterclass Sound Capsule com a cantora. A formação é dirigida a estudantes de música e ao público em geral, mediante inscrição através do email cinereservas@cm-loule.pt.
Com uma programação de referência (que pode consultar no site e nas redes sociais do Cineteatro), recorde-se que o CTL está credenciado pela Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, integrando ainda a Rede de Teatros com Programação Acessível e proporcionando espetáculos com interpretação em Língua Gestual Portuguesa para Surdos (com “S” maiúsculo são falantes de Língua Gestual Portuguesa) e outros com Audiodescrição, para pessoas cegas ou com deficiência visual.
O CTL é uma estrutura cultural da Câmara Municipal de Loulé no domínio das artes performativas, e um dos promotores da Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve e da Rede 5 Sentidos.