Novembro é o mês da sensibilização para o Cancro do Pulmão
Na Europa, como em Portugal, o cancro do pulmão é o cancro que mais mata. Os números são reveladores: em 2020, foram diagnosticados 5415 portugueses com cancro do pulmão. No mesmo ano, morreram 4797 pessoas com este diagnóstico. Uma realidade que equivale a 15 diagnósticos e 13 mortes diários. A Pulmonale apela a que se implemente um rastreio populacional.
Quando comparado com outras neoplasias como o cancro da mama ou o cancro colorretal, o cancro do pulmão continua a apresentar uma taxa de sobrevivência muito baixa: a probabilidade de sobreviver, 5 anos após diagnóstico, é de apenas 15%.
A sobrevivência para estadios avançados do cancro do pulmão é muito inferior à prevista quando esta doença é detetada num estadio precoce (8 vezes inferior). Por isso o diagnóstico precoce continua a ser o método mais promissor na redução da mortalidade.
“Queremos caminhar para um novo paradigma do cancro do pulmão em Portugal” começa por referir Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale.”Transmitir à população que o rastreio populacional ainda não está implementado no nosso país e que, em conjunto, podemos unir esforços para que se torne uma realidade” continua.
Porquê implementar um rastreio do cancro do pulmão?
São vários os estudos que demonstram os benefícios do rastreio do cancro do pulmão: o aumento do diagnóstico precoce tem como consequência direta a redução da mortalidade. Iniciado em 2003, o estudo NELSON, o maior estudo a nível europeu, demonstrou claramente os benefícios e segurança do uso de exames de Tomografia Computorizada (“TAC”) de baixa-dose no rastreio de cancro do pulmão, tendo verificado uma redução de 24% do risco de morte pela patologia.
Baseada na robusta evidência científica, a Comissão Europeia atualizou em 2022 as suas recomendações de rastreios de doença oncológica, passando a recomendar o rastreio do cancro do pulmão com “TAC” torácica de baixa dose a fumadores ou ex-fumadores com uma elevada carga tabágica. De acordo com os critérios do estudo Nelson, o rastreio deveria ser proposto entre os 50 anos e os 75 anos.
“Eu quero o poder do rastreio! Eu quero mudar o rumo do cancro do pulmão!” é o mote da mais recente campanha de sensibilização da Pulmonale. Disponível a partir de dia 25 de outubro, e protagonizada pelo ator Diogo Faria e pela apresentadora Inês Carranca, a campanha antecipa o mês de sensibilização do Cancro do Pulmão, lembrando que a deteção precoce desta doença, através do rastreio, é a chave para que os doentes tenham mais tempo e mais qualidade de vida.
O objetivo é chegar aos decisores políticos, aos líderes de opinião, a profissionais de saúde e ao público em geral, através dos mais variados suportes, da TV ao digital.
Para os dias posteriores ao lançamento da campanha estão ainda previstos, no dia 28 de outubro, uma Sessão Pública sobre o Rastreio do Cancro do Pulmão e dois eventos de rua, a ocorrerem durante a primeira semana de novembro.