Cultura

«Território Invisíveis» de Manuel Baptista para ver na Fortaleza de Sagres

A exposição «Território Invisíveis», de Manuel Baptista, ainda pode ser vista no Centro de Arte Contemporânea da Fortaleza de Sagres, até ao próximo dia 16 de abril.

Manuel Baptista foi o primeiro artista convidado para expor no novo espaço dedicado à arte contemporânea no Algarve, instalado no primeiro andar do Centro Expositivo da Fortaleza de Sagres. 

A exposição, que tem a curadoria de Mirian Tavares e Pedro Cabral Santo, dá a conhecer 14 trabalhos de pintura e desenho, de várias fases do artista, desde 1997 a 2017. No catálogo que acompanha a exposição, a curadora Mirian Tavares refere que «O território pintado ou desenhado é mais evidente porque se torna visível. Os territórios de Manuel Baptista, ao contrário, negam a visibilidade e o reconhecimento imediato ao público. Somos confrontados com linhas, curvas, sombras e espaços vazios que podem ser traduzidos como linhas, curvas, espaços vazios – por quem não tem capacidade de acompanhar o rasto do gesto do artista que fica impresso no papel. Os territórios estão lá. Talvez apenas um território, o Algarve ou muitos territórios que não são representações de espaços reais, mas visões do artista.»

Manuel Baptista, um dos mais conceituados artistas portugueses, nasceu em Faro, em 1936. Estudou na Escola Superior de Belas-Artes, em Lisboa, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, e do Instituto de Alta Cultura, em Ravena.

As suas primeiras exposições – individual (1956) e coletiva (1957) – foram realizadas em Faro.

Foi um dos artistas convidados pela Associação Internacional de Críticos de Arte para participar na renovação da decoração do café «A Brasileira», em Lisboa, que teve lugar em 1971. Em 2004, realizou um trabalho de baixos-relevos em pedra com tiras entrelaçadas na estação «Quinta das Conchas», linha amarela do metropolitano de Lisboa.

Entre 1990 e 2003, assumiu a direção das galerias municipais Trem e Arco, em Faro. 

Em 2012, recebeu o prémio «Melhor Exposição de Artes Plásticas», atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores, pela exposição «Fora de Escala» que esteve patente, em 2011, no Centro Cultural de Lagos, onde apresentou desenhos e esculturas de 1960-70 projectadas mas nunca concretizadas.

Em 2018, realizou a exposição «Pós-Pop. Fora do lugar comum», na Fundação Gulbenkian. No ano seguinte apresentou «Manuel Baptista – Sombras e outras cores», composta por um conjunto de obras em pinturas e volumes pintados entre 1963 e 2002, no Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva, em Lisboa. 

Foram-lhe atribuídos os seguintes prémios: 1º Prémio de Pintura, «Prémio Guerin de Artes Plásticas», 1968; «Prémio Soquil», 1970; «Prémio de Pintura IV Bienal de Cerveira», 1984; «Prémio BANIF de Pintura», 1993.