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Loulé recebeu primeira assembleia participativa sobre ODS para a agenda 2030

Não foi obra do acaso Loulé ter sido o concelho escolhido para receber a primeira Assembleia Participativa dedicada à Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, integrada no périplo que irá percorrer mais 6 concelhos no país ao longo dos próximos meses. Esta quarta-feira, 1 de março, no Auditório do Solar da Música Nova, sociedade civil e representantes de organismos oficiais associaram-se a esta sessão onde se pretendeu reunir contributos para o Relatório Voluntário Nacional que Portugal irá apresentar junto das Nações Unidas, no próximo verão.

“O trabalho que o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, tem feito no domínio dos objetivos de desenvolvimento sustentável tornava esta escolha obrigatória. E por essa razão é também Vítor Aleixo que é presidente desta Secção de Municípios da ANMP e que, em sua representação, integrou a Comissão de Acompanhamento deste novo modelo de governação dos ODS”, explicou André Moz Caldas, Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, um dos governantes que participou no encontro.

Através desta sessão promovida pela presidência do Conselho de Ministros e CCDR, com o apoio da Autarquia de Loulé, foi possível aferir quais os ODS que mais dizem à comunidade louletana e que, como tal, devem ser prioritários. Depois de uma votação no momento, através dos dispositivos móveis dos presentes, a Ministra Mariana Vieira da Silva, que também se juntou a este evento, anunciou os 3 vencedores: ação climática (ODS 13), erradicar a pobreza (ODS 1) e educação de qualidade (ODS 4).

Um dos focos desta Assembleia foram as matérias ligadas à ação climática, também porque estas são uma preocupação “num concelho e numa região particularmente expostos a fenómenos como a subida do nível do mar e a seca, é necessário agir de uma forma muito célere”, como salientou Ana Fontoura Gouveia, secretária de Estado da Energia e Clima.

Num território que tem a atividade turística como base da sua economia, falou-se da preocupação do setor pelas questões da sustentabilidade e da abertura para acolher as mudanças que se impõem. As áreas das energias renováveis, da reflorestação, da seca, da agricultura, da educação e do emprego foram igualmente discutidas, sendo que alguns dos participantes realçaram que é urgente combater o desconhecimento ainda existente, redobrando esforços para informar as pessoas sobre estas matérias.

Vítor Aleixo, anfitrião de um momento “que diz muito ao Município de Loulé”, deixou votos para que toda a informação reunida nesta sessão e todos os contributos dos intervenientes, “possam ser sistematizados e dar corpo ao relatório que vai ser apresentado em Nova Iorque, no próximo verão”. “Este é um tema ainda novo para a sociedade portuguesa, mas eu diria que é um tema incontornável. Todos percebemos que o mundo está cheio de becos sem saída, portas que não se abrem, e o objetivo que nos foi lançado pelas Nações Unidas para todo o mundo é precisamente abrir portas, encontrar respostas para os problemas muito difíceis com os quais o mundo hoje se confronta”, adiantou.

Mariana Vieira da Silva, que veio ao Algarve com a equipa governamental para participar na iniciativa “Governo +Próximo”, realçou o facto de os cerca de 50 eventos previstos durantes estes dois dias em toda a região, “de uma ou outra forma, têm lá vertidos estes 17 quadradinhos (ODS)”.

Ciente das diferenças em termos de prioridades noutras regiões do país e noutras partes do mundo, a Ministra da Presidência aponta a importância desta participação para o envolvimento dos cidadãos. “Se tivermos a generalidade da população a saber que nestes 17 objetivos estão algumas das suas prioridades de ação no dia-a-dia, no seu quotidiano, já temos um grande ganho”.

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável foi aprovada em 2015 por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas. Em 2017, Portugal apresentou o primeiro Relatório Voluntário Nacional. O Presidente da República comprometeu-se a avançar para um segundo Relatório que, como disse André Moz Caldas, deverá ser “catalisador do novo modelo de governação, monitorização e implementação da Agenda 2030 no nosso país”.

Recorde-se que esta Agenda assenta em 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), subdivididos em 169 metas, constituindo um plano de ação centrado nos 5 Princípios: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias.