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Último troço da circular de Loulé já foi lançado

Passadas quase três décadas desde que o projeto da Circular de Loulé começou a ser idealizado, Loulé viu finalmente chegar o dia em que o derradeiro troço da obra foi lançado. A assinatura do auto de consignação da 2ª fase do trecho norte teve lugar esta sexta-feira e, em dezembro, os trabalhos arrancam no terreno, num investimento de quase 4 milhões de euros e que aposta numa nova filosofia: acompanhar as mudanças climáticas do mundo.

Esta obra corresponde ao prolongamento da Circular, a partir da ligação da rotunda de Querença/Ameixial na EN 396, junto ao Pavilhão, à rotunda das Barreiras Brancas na EN 270. Numa extensão de 1722 metros, os trabalhos preveem a criação de duas novas rotundas – uma que ligará a povoação das Barreiras Brancas, e outra a da Pedragosa, ao centro da cidade.

Como explicou o diretor do Departamento de Obras do Município, Joaquim Farrajota, relativamente ao traçado inicial que previa quatro faixas, “houve um aumento da plataforma, no entanto, a circular terá somente duas faixas de rodagem bidirecional”, porque terá “zonas verdes nas laterais da via, uma ciclovia e um passeio, tratando-se de uma via ecológica, que se encontra dentro do espírito da cidade”, referiu.

O presidente da Câmara, Vítor Aleixo, foi categórico ao considerar que a empreitada corresponderá a “um novo conceito” e que acompanha as mudanças do mundo, nomeadamente “as novas exigências ambientais”.

Naquele que considerou ser um momento histórico, Vítor Aleixo recordou um outro autarca, Joaquim Vairinhos, que no início dos anos 90 deu o pontapé de saída para a criação desta Circular, “correspondendo a um desejo profundo da comunidade louletana”. “Foram longos anos, mas é preciso ver que as cidades são estruturas humanas que se constroem num tempo longo, não são obras de uma geração, mas de várias gerações”, frisou.

O autarca foi claro quanto aos ganhos desta obra estruturante: “Vai trazer uma grande qualidade de vida urbana à cidade de Loulé. Vai libertar uma quantidade apreciável de tráfego automóvel de dentro da cidade, esse é o maior benefício, além de ganhos do ponto de vista ambiental, menor ruído, menos poluição, menos agitação de tráfego automóvel”.

Por outro, será significativo o contributo que esta via dará para reforçar a centralidade de Loulé no contexto regional, enquanto “polo urbano muito dinâmico”, mas também para alavancar o desenvolvimento do interior “que se encontra num ponto de viragem”. “Nos tempos próximos haverá mais economia no interior, serão mais pessoas que aí irão viver, o que vai trazer muito mais trânsito a partir dessa zona rural do concelho para a cidade de Loulé. Aqueles que se dirigirão ao litoral poderão fazê-lo contornando a cidade por poente ou nascente, sem necessidade de a atravessar. É cómodo, poupa-se tempo, tem todas as vantagens”, ressalvou.

O presidente do Município de Loulé assegurou que esta obra constituirá o último troço de uma “circular em ferradura e não uma circular perfeita” já que o trecho (sul) que a fecharia não se irá concretizar. “Seria uma obra altamente dispendiosa e intrusiva no território, uma obra de engenharia complexa e que não resolveria grandes problemas porque, na verdade, a parte sul da circular é a A22”, disse.

No entanto, a par da obra agora lançada, outras intervenções serão realizadas, avançou hoje este responsável. Desde logo uma “derivação na Avenida Parque das Cidades”, através da criação de uma avenida que irá ligar o Estádio Municipal de Loulé ao local onde irá nascer o futuro edifício do ABC – Algarve Biomedical Center e que irá “descongestionar muito o trânsito”.

“Por outro lado, irá nascer uma ciclovia ao longo da Circular, entre a rotunda do Barrocal e a rotunda do Pavilhão, seguindo pela Avenida Laginha Serafim (Avenida do “Liceu”), consubstanciada num projeto que, entretanto, foi reformulado.

Para a zona sul da cidade, os projetos são agora outros. A primeira fase do Parque Urbano e Agrícola, “uma joia da cidade” está concluída, mas a Autarquia pretende aliar a este projeto “a reabilitação de toda a economia rural ligada à produção agrícola daquela parte que é riquíssima em água”. “Vamos reabilitar o pomar de sequeiro, agregando os proprietários, e há até já manifestações de projetos de particulares que põem o foco na agricultura biológica. Seria um erro imperdoável não reabilitar essa tradição secular de área produtora e abastecedora de produtos agrícolas para a cidade de Loulé, com a vantagem de podermos produzir e consumir localmente, numa economia de circuitos curtos”, disse ainda Vítor Aleixo.