ZERO alerta para elevados custos das alterações climáticas em Portugal
Relatório do passado dia 3 da Agência Europeia de Ambiente, analisado pela ZERO para Portugal, apresenta o impacte de eventos meteorológicos extremos relacionados com as alterações climáticas. A Agência Europeia do Ambiente divulgou hoje os dados relativos às consequências em termos de mortalidade prematura e para a economia de eventos meteorológicos extremos relacionados com as alterações climáticas – disponível em https://www.eea.europa.eu/publications/economic-losses-and-fatalities-from/economic-losses-and-fatalities-from. A informação foi obtida através das bases de dados CATDAT (RiskLayer GmbH) e NatCatSERVICE (Munique Re GmbH). As perdas são categorizadas em três grupos de eventos extremos devidos direta ou indiretamente ao clima: eventos meteorológicos (por exemplo, tempestades), eventos hidrológicos (por exemplo, inundações) e eventos climatológicos (por exemplo, ondas de calor, ondas de frio, secas). A ZERO, através do estudo detalhado dos dados disponibilizados, efetuou uma análise para Portugal que é, em nosso entender, preocupante. Entre 1980-2020: somos dos países com menor cobertura de danos por seguros de eventos meteorológicos extremos (inferior a 5% do valor dos danos); temos custos significativos – 1.000 a 1.500 euros por pessoa nos 40 anos em causa (em média 25 a 37,50 euros por ano); estamos entre os países com valores mais elevados em termos de prejuízos por quilómetro quadrado (100 mil a 200 mil euros de perdas económicas por quilómetro quadrado) e,somos dos países com maior percentagem de impacte económico das alterações climáticas no que diz respeito a eventos meteorológicos extremos no produto interno bruto – 1,5 a 2,5 por cento entre 2005 e 2014. Recorrendo à informação disponibilizada pela base de dados CATDAT para o período 1980-2020, Portugal apresenta os seguintes indicadores no contexto de 32 países (1.º lugar é pior): Mortes prematuras9267 5.º lugar Perdas económicas (milhões de EUR)1346 17.º lugar Perdas económicas abrangidas por seguros (milhões de EUR)478 16º. lugar Note-se que apenas 3% dos eventos assumem uma responsabilidade de 60% dos danos económicos. Estes dados demonstram que Portugal é um dos países mais afetados pelos prejuízos associados aos eventos meteorológicos extremos associados às alterações climáticas ou mesmo à alteração do clima já em curso. O que precisamos de fazer? No entender da ZERO, é fundamental:acelerar a Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC) que foi prorrogada para 2025;garantir financiamento para a implementação de medidas de adaptação;apelar à adesão a seguros que contemplem eventos meteorológicos extremos;promover a adesão dos municípios ao Pacto dos Autarcas e ao seu comprometimento com metas de mitigação climática, adaptação e pobreza energética para 2050;desenvolver planos regionais e municipais de adaptação (exigência da lei portuguesa do clima) até fevereiro de 2024, em conjunto com compromissos de redução de emissões – mitigação. Fonte: Zero |