Hoje, Dia da Cidade, o Município de Lagos vai reabrir ao público o Museu de Lagos Dr. José Formosinho, após o seu encerramento em setembro de 2017 para obras de remodelação.
A intervenção agora concluída permitiu uma nova programação dos conteúdos, a conservação e restauro do acervo e uma valorização da coleção exposta, agora exibida ao público em ambientes museográficos de acordo com conceitos atuais mas com o máximo respeito pelas ideias originais do patrono e fundador do Museu, Dr. José Formosinho (1888-1960), que promoveu junto da Câmara Municipal de Lagos, a constituição, em 1930, de um Museu Regional.
No mesmo edifício onde se instalou há quase um século atrás, o museu reabre agora com melhoramentos substanciais no imóvel e com uma exposição de longa duração onde se exibe um importante conjunto de peças correspondentes ao período posterior a 1460 (ano da morte do Infante D. Henrique) e que vai até ao fim da Guerra Peninsular, conflito bélico em cujos cenários de operações se destacou o Regimento de Infantaria n.º 2, de Lagos, a cuja Irmandade religiosa pertenceu a Igreja de Santo António, Monumento Nacional barroco que integra o percurso do Museu e que beneficiou agora de uma nova iluminação que valoriza a talha dourada, as pinturas em tela, o teto pintado em perspetiva e a imagem do Santo Patrono da Irmandade.
No interior do Museu, algumas peças notáveis do seu acervo ganham agora o merecido destaque e contextualização histórica e artística por meio de textos acessíveis, grafismos e aplicações multimédia.
Complementa um percurso cronológico a exibição de Coleções Especiais, constituídas pelo fundador do Museu e enriquecidas por inúmeras doações das gentes de Lagos – um Gabinete de Curiosidades, uma secção de pintura Naturalista dos séculos XIX e XX e uma secção dedicada às chamadas indústrias artesanais ou caseiras, com um notável conjunto de objetos, resultado de saberes transmitidos usualmente no seio da família mas que foram também alvo de inovação no ensino formal entre a I República e o Estado Novo.
A operação foi efetuada no âmbito do Programa Operacional CRESC Algarve 2020, representando um investimento total de 7,3 milhões de euros, financiados em 2,6 milhões de euros pelo FEDER. Estes valores consideram as empreitadas, os projetos museográficos e de comunicação, a produção dos conteúdos expositivos e o restauro de peças, abarcando as duas componentes de intervenção, isto é, a remodelação do núcleo primitivo do Museu (que agora reabre com a designação “Museu de Lagos | Dr. José Formosinho”) e a sua ampliação, através da criação do Núcleo de Arqueologia, cuja obra já foi adjudicada.
Na sequência desta operação, agora concluída, terão muito em breve início as obras de ampliação do Museu de Lagos Dr. José Formosinho para o edifício fronteiro onde funcionou a antiga esquadra da PSP, para ali instalar as coleções correspondentes ao período que vai até 1460, de caráter predominantemente arqueológico.