“Verão Azul” convida a leituras partilhadas entre escritores no Jardim 1º de Dezembro
A Biblioteca Municipal Manuel Teixeira Gomes convida oito escritores para quatro conversas emparelhadas em que cada um apresenta um livro do outro, partilhando no Jardim 1º de Dezembro leituras entre si e com o público.
Com esta iniciativa, que acontece no ambiente particularmente estimulante de um jardim e se intitula “Verão Azul”, título inspirado no livro “Agosto Azul” de Manuel Teixeira Gomes, o Município de Portimão, através da Biblioteca Municipal, visa colorir com um pouco mais de azul o Verão portimonense através dos livros e da palavra daqueles que os escrevem, dando um alento otimista aos escritores portugueses que no contexto da pandemia não puderem ter um contacto direto com os leitores.
Um alento, também, para o público da cidade se encontrar, pela primeira vez, com um conjunto de escritores incontornáveis da literatura portuguesa, pertencentes a várias gerações, e para conhecer oito livros escritos ou concluídos com a sensibilidade adquirida em tempos de pandemia.
Sempre com encontros marcados para as 18h30, o programa arranca no dia 25 de junho, proporcionando uma conversa emparelhada entre João de Melo (“Livro de Vozes e Sombras”) e João Pinto Coelho (“Um Tempo a Fingir”), cruzando palavras sobre os seus dois últimos romances onde confluem vozes e sombras caminhando no fio da navalha da História que importa não esquecer. Seguem-se, no dia 23 de julho, Sandro William Junqueira (“A Sangrada Família”, o romance que traz o autor para uma adega perdida no meio da serra onde se escutam “mágoas e muitos incêndios da vida”) e Ondjaki (“O Livro do Deslembramento” que nos conta sobre uma Luanda vivida por uma criança como uma história de encantar, mas onde paira a ameaça terrível da guerra).
A 13 de agosto, Lídia Jorge (“Em Todos os Sentidos”, uma incursão na crónica do quotidiano com a sensibilidade e a ética de sempre da autora) vai estar à conversa com Afonso Cruz (“O Vício dos Livros”, recolha de relatos históricos e curiosidades literárias, de reflexões e memórias pessoais para nos viciar nos livros).
Por fim, a 20 de agosto os protagonistas serão Nuno Júdice (“Regresso a um Cenário Campestre”, livro de poesia terminado na transição da epidemia para a pandemia, onde o autor reflete sobre as transformações do tempo em que vivemos) e Luís Filipe Castro Mendes (“Voltar”, onde o autor regressa como Ulisses a uma Ítaca de onde olha para um mundo que ficou à deriva).
De referir, ainda, que em cada um dos quatro encontros deste ciclo de conversas literárias decorrerá uma minifeira do livro, a partir das 17h30, dedicada exclusivamente aos autores presentes.