Cultura

Cineteatro Louletano com programação de referência em 2021

Ano novo, vida nova e também no Cineteatro Louletano em 2021 a programação trará um vasto leque de estreias com foco na qualidade, inovação e pedagogia cultural.  

No ano que se avizinha, e em que se comemoram os 10 anos da reinauguração do Cineteatro após as obras de restauro, a programação volta a ter o melhor do teatro nacional com propostas inéditas a sul, tais como a peça “A margem do tempo”, naquela que será a despedida de palco da atriz Eunice Muñoz, “Festa de 15 anos” de Mickael de Oliveira com Albano Jerónimo, “Perfil Perdido” de Marco Martins com Beatriz Batarda e Romeu Runa e “Cenas da vida conjugal”, de Rita Calçada Bastos com Ivo Canelas. 

No âmbito da colaboração com a ACTA – Companhia de Teatro do Algarve, o Cineteatro acolherá em 2021 “A noite de Molly Bloom” e “Um gajo nunca mais é a mesma coisa”.

Já no ciclo “Implikação”, iniciado em 2019, continuamos com a programação implicada e de escuta sobre a nossa sociedade: “Engolir Sapos”, da Amarelo Silvestre, sobre o tema da inclusão social e das minorias, nomeadamente da comunidade de etnia cigana, “Fake”, de Inês Barahona & Miguel Fragata, sobre o tema da verdade/mentira e das fake news, “Diário de uma República – I”, da Amarelo Silvestre, sobre a justiça, “Catarina ou a beleza de matar fascistas”, de Tiago Rodrigues, sobre o poder, “Do bosque para o mundo”, de Inês Barahona & Miguel Fragata, sobre a temática dos refugiados, “Romeu e Romeu” de João de Brito, “Cordyceps”, de João Pedro Leal, Eduardo Molina e Marco Mendonça, sobre a democracia e “Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa”, de Sara Barros Leitão, sobre o tema da emancipação do feminino, ela que ganhou em dezembro de 2020 o Prémio Revelação Ageas Teatro D. Maria II. 

Por outro lado, incidindo sobre projetos de maior experimentação e inovação estética, a programação do CTL terá vários espetáculos que cruzam teatro e performance conferindo ainda uma maior contemporaneidade à programação, tais como “Antes”, de Pedro Penim, do Teatro Praga e “Triste English in Spanish”, de Sónia Baptista. 

A reposição de uma encomenda do CTL que toca a alma de todos os louletanos – a peça de teatro “Soberana”, em torno das celebrações religiosas da Mãe Soberana – subirá ao palco pelo Teatro do Eléctrico com encenação de Ricardo Neves-Neves, agora com quatro apresentações depois do sucesso em 2019.

2021 continuará o trabalho na área da Dança, a começar pelo Fórum de Dança Inclusiva pelo Grupo Dançando com a Diferença que introduz um novo vetor estratégico a nível da programação regular do Cineteatro, centrado na dimensão inclusiva da Dança. Congregando não só as instituições do concelho de Loulé e da região que trabalham com pessoas com deficiência (motora, intelectual) como a restante comunidade ao nível das escolas e dos projetos sociais da autarquia desenvolvidos com a população sénior. Também merecem destaque a estreia a sul da nova criação da Companhia Paulo Ribeiro, em que o CTL é co-produtor; a nova criação do coreógrafo David Marques, “Mistério da Cultura”, que aborda o mundo da arte e os meandros da burocracia cultural; uma peça da reconhecida dupla São Castro e António M Cabrita; “Last”, que opera uma releitura da obra de Beethoven para o mundo da dança contemporânea, com a atuação ao vivo do prestigiado Quarteto de Cordas de Matosinhos; quatro criações da IN TRANZ YT Cia.Jovem, de Cristina Pereira e Vasco Macide, trazendo a Loulé vários talentos promissores da cena nacional e internacional, em estreia a sul e o espetáculo “O lugar do canto está vazio”, da prestigiada dupla Sofia Dias e Vítor Roriz em parceria com a Companhia Maior, numa co-produção do CTL.

Em 2021, a música continua com um lugar especial na programação. No dia da cidade de Loulé, Mário Laginha e o seu trio, compositor e pianista, assinalando também os 10 anos da reinauguração do Cineteatro Louletano (2011-2021), em fevereiro, mas também Teresa Salgueiro (ex-Madredeus), Cuca Roseta, estreia a sul do novo disco sobre Amália, Capicua, e o contrabaixista Carlos Bica com uma encomenda, “Playing with Beethoven” em que junta Daniel Erdmann, DJ Illvibe e João Paulo Esteves da Silva para uma gravação de um disco ao vivo. Mas a música não pára aí. Tiago Bettencourt vem a Loulé apresentar o novo disco, Márcia, Cati Freitas, e Mila Ferreira, todos eles vão contribuir para um ano em cheio no palco de uma casa que conta já com 90 anos de existência e que se tem afirmado como um equipamento de excelência no Algarve e a nível nacional. Honrando esse espírito, acolhemos o prestigiado Prémio Jovens Músicos Antena 2/RTP, damos ar ao Festival Internacional de Trompete, acolhemos Amélia Muge & Filipe Raposo, o recital sobre Strauss do pianista Nuno Vieira de Almeida com o ator Albano Jerónimo e o Festival de Música Al-Mutamid. E abrimos de novo as portas aos projetos “made in Algarve”, tais como Paulinho Lêmos, Osmose, Carolina Fonson, estes dois no ciclo ilustres desconhecidos, Zé Francisco & Vitorino, e Nelson Conceição (Garvefole) ou ainda a Gala dos Fadistas Louletanos e a estreia nacional do CAL Jazz Colective composto por alguns dos músicos mais virtuosos da nova geração sediados a sul.

Para além do Teatro, da Música e da Inclusão pela Dança/Movimento, um outro vetor estratégico da programação do Cineteatro consiste nos cruzamentos interdisciplinares. 2021 traz consigo a 6.ª edição do Som Riscado – Festival de Música e Imagem de Loulé, com diversos concertos, debates, instalações interativas e formações de referência a sul do país. Mas também o Festival Verão Azul, organizado pela Associação CasaBranca e o Fome – Festival de Objectos e Marionetas & Outros Comeres produzido pela ACTA numa lógica em rede e o Central Artes – Programação cultural em rede, numa aposta dos vários municípios do Algarve Central.

Quem conhece o Cineteatro Louletano sabe que, desde 2014, se tem apostado num forte envolvimento com as associações locais incluindo também a comunidade escolar. Assim, as seguintes criações, quase todas em absoluta estreia a sul do país e a maioria delas co-produzida pelo Cineteatro, englobam essa preocupação e terão interação com esses agentes específicos: “Engolir Sapos”, “Romeu e Romeu” de João de Brito, “O Céu por cima de cá” da Companhia de Música Teatral, “Fake”, “Assim devera eu ser” de Catarina Moura, Celina da Piedade e Sara Vidal, sobre a vida e obra de Amália, “Diário de uma República – I”, “Do bosque para o mundo”, “Aldebarã” de Marco Paiva e uma nova ópera infanto-juvenil de Ricardo Neves-Neves com Martim Sousa Tavares. 

Isto sem esquecer os três concertos “Promenade” que a Orquestra Clássica do Sul vai realizar, num ambiente de informalismo e proximidade destinado às famílias, sensibilizando os mais novos para a riqueza da música erudita.

O cinema também continuará a projetar-se na sala do CTL. A Monstrare – Mostra Internacional de Cinema Social, agora na sétima edição, irá trazer o melhor do cinema que trata e pensa as questões da atualidade no mundo, com alguns dos melhores realizadores e talentos ao nível do filme e documentário. Também a Mostra de Cinema da América Latina que vai já para a sua 11ª edição, ou ainda a clássica Festa do Cinema Italiano, que coloca Loulé no roteiro nacional que engloba várias cidades terão lugar no grande ecrã. 

Recorde-se que apesar do contexto adverso, devido à pandemia COVID-19, o Cineteatro Louletano conseguiu manter os seus padrões elevados em 2020, missão que perseguirá em 2021. A estrutura que tem sido, entre outras, uma aposta estratégica importante por parte do município, tem privilegiado não só a Cultura e os agentes culturais mas também demonstrado que é possível exercer o seu papel de serviço público e de formação de públicos numa lógica de responsabilidade cultural, implementando todas as medidas de higiene e segurança necessárias.

O Cineteatro é uma estrutura cultural no domínio das artes performativas da Câmara Municipal de Loulé, integrado na Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve e na Rede 5 Sentidos.