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60% das empresas esperam quebras de vendas superiores a um terço

Mas 83% das empresas vão manter ou aumentar os seus recursos humanos e 61% manter ou aumentar o investimento.

Lisboa, 19 de outubro – Três em cada cinco empresas portuguesas esperam uma quebra de vendas superior a um terço (36%), em média, no último trimestre do ano, face a igual período de 2019, conclui o inquérito promovido pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal e pelo Marketing FutureCast Lab do ISCTE, hoje divulgado.

No entanto, apesar da esperada quebra das vendas, 83% dos gestores inquiridos sinalizam que pretendem manter ou aumentar os seus recursos humanos e, também, 61% manifestam a intenção de manter ou aumentar o investimento.

“Estes dados traduzem um esforço considerável por parte das empresas, especialmente se tivermos em conta que as perspetivas de negócios, de venda de produtos e serviços, são preocupantes”, afirmou o presidente da CIP, António Saraiva.

O inquérito, que é desenvolvido com a participação ativa das associações empresariais que integram a CIP, indica que a avaliação que os empresários e gestores fazem dos apoios do Estado mantém-se negativa, em linha com o registado em setembro, com quatro em cada cinco gestores e empresários empresas a considerarem que estão aquém ou muito aquém do necessário, numa altura em que já se conhece a proposta de orçamento do Estado para 2021, que foi analisada pela CIP como uma “desilusão”,  pelo défice de apoio ao desenvolvimento da economia.

O inquérito mostra que 86% das empresas estão já em pleno funcionamento, mas que 13% se encontram, ainda, parcialmente encerradas.

Mais de metade das empresas (56%) registaram uma quebra das vendas em setembro, face a igual mês de 2019, sendo a queba média da ordem dos 36%.

“A recuperação económica tem sido lenta e assimétrica e os resultados do inquérito comprovam-no, uma vez mais”, refere António Saraiva.

“No entanto, quero apontar aqui o esforço que tem sido feito pelas empresas, para abordarem novos mercados e novas tipologias de comercialização, reagindo à adversidade e dando provas de resiliência”, acrescentou.

Segundo o inquérito, 40% das vendas estão a ser feitas a novos clientes e estes representaram já, em setembro, 14% das vendas.

Este inquérito integra a segunda fase do Projeto Sinais Vitais, desenvolvido com o objetivo de recolher informação atualizada sobre a posição dos responsáveis pelas empresas portuguesas e sobre o impacto que diferentes situações têm nestas, no quadro da situação de exceção provocada pela pandemia de covid-19.