Desporto

Ricardo Melo Gouveia 3.o no PRO-AM da retoma

Steven Brown, o detentor do título do principal torneio português do European Tour, foi 2º mas quem ganhou no Dom Pedro Victoria Golf Course foi o inglês Paul Waring num dia histórico

Ricardo Melo Gouveia foi 3.o classificado no Pro-Am que abriu hoje (quarta-feira) a programação oficial do Portugal Masters, o mais importante torneio de golfe português, que o European Tour organiza pelo 14.o ano consecutivo no Dom Pedro Victoria Golf Course, em Vilamoura.

O atleta olímpico português emparceirou com os amadores Steven Barratt e Michel Vandycke, integrados na equipa da Rolex, totalizando 61 pancadas.

O inglês Steven Brown, o campeão do Portugal Masters, que amanhã (quinta-feira) inicia a defesa do título, liderou a equipa do Turismo de Portugal, juntamente com os amadores Ina Scherk e John Bergin, terminando no 2.o lugar com 60 pancadas.

O Pro-Am foi ganho por outro inglês, Paul Waring, o campeão do Nordea Masters em 2018, que beneficiou do contributo dos amadores Artur Ferreira e Pedro Nunes Pedro, da formação da JCDecaux, com 58 pontos.

O Portugal Masters fixou um marco histórico porque realizou-se hoje o primeiro Pro-Am do European Tour desde a retoma do calendário de 2020 da Corrida para o Dubai, com um evento- piloto, em ambiente controlado.

Uma reduzida lista de 52 amadores competiu em 26 equipas, cada qual com dois amadores, ao contrário dos três habituais, mais um professional. Foi o resultado do trabalho do European Tour em estreita colaboração com o Turismo de Portugal, numa parceria que visou de trazer de volta o popular conceito de Pro-Am à quarta-feira, a título experimental.

O Programa de Saúde e Segurança do European Tour continua em evolução, seguindo as orientações dos governos locais e das medidas de saúde pública. Para este Pro-Am criou-se um novo conceito de “bolha de torneio”, interna e externa. O resultado foi positivo e todos os jogadores, amadores e profissionais, sentiram-se em segurança.

Entre as 26 equipas só houve dois profissionais portugueses: Ricardo Melo Gouveia e Ricardo Santos. Este último terminou a prova no 14.o lugar, com 66 pancadas, à frente de outra equipa do Turismo de Portugal que contou ainda com os amadores Kristian Munck e Jesper Jensen.page1image22171088page2image22060144

Terminado o Pro-Am, os profissionais concentram-se agora no torneio de um milhão de euros em prémios monetários, o décimo desde a retoma do European Tour em contexto de pandemia da COVID-19.

Ricardo Melo Gouveia, que partilha com Filipe Lima o recorde nacional da melhor classificação de sempre na prova – o 5.o lugar em 2017 – admite que vai sentir muita falta do entusiasta público português que o acompanhava todos os anos, ou não fosse ele um antigo atleta do Clube de Golfe de Vilamoura, embora resida oficialmente no Reino Unido.

«O facto de ser jogado este ano sem público será para nós portugueses um fator desfavorável. Falo pelo meu caso, pois senti que o público ajudou-me em vários momentos, mas é a situação em que estamos e temos de encará-la da melhor maneira», disse Ricardo Melo Gouveia à SportTV, a televisão official do evento.

O antigo top-100 mundial precisou este ano de um convite da Federação Portuguesa de Golfe (FPG) para participar na prova, algo que não lhe acontecia desde 2015, dado ter descido ao Challenge Tour (a segunda divisão europeia) no final da época passada.O dia de hoje é, para ele, o sinal de alguma evolução na forma como o circuito profissional está a adaptar-se à nova realidade.

«Terem incluído também o Pro-Am (neste torneio) foi um passo na direção certa, porque as coisas estão, devagarinho, a voltarem à normalidade. Para mim foi importante ter jogado o Pro-Am porque foi mais um treino extra», acrescentou o profissional da Quinta do Lago.

«Já me sinto muito melhor com o meu jogo, a nível mental também e acho que estou numa fase boa para encarar estes próximos dois torneios que vou ter», concluiu Ricardo Melo Gouveia, que irá depois, para a semana, para o Open de Portugal at Royal Óbidos.

Ricardo Melo Gouveia é um de nove portugueses presentes no 14.o Portugal Masters. Ricardo Santos, Pedro Figueiredo e Filipe Lima entraram diretamente na lista de participantes, enquanto o campeão nacional Tomás Bessa, Miguel Gaspar, Tomás Silva, Vítor Lopes e o amador Pedro Lencart também beneficiaram de convites da FPG. Nove portugueses é a terceira participação mais numerosa de golfistas nacionais, depois de 13 em 2017 e de dez em 2019, repetindo os nove de 2018.

Em declarações à agência Lusa, o português melhor classificado no ranking mundial, Ricardo Santos, disse que o «objetivo é ganhar ou, pelo menos, estar na luta», mas deseja sobretudo «não criar expectativas» demasiado elevadas.

Também à Lusa, Pedro Figueiredo maqnifestou-se entusiasmado: «As expectativas são sempre muito grandes. Jogar em casa é sempre especial».

Em termos internacionais, o 14.o Portugal Masters é abrilhantado por dois veteranos que já foram dos melhores jogadores do Mundo e que também atingiram a excelência como selecionadores da Europa na Ryder Cup: o espanhol José Maria Olazábal, vencedor duas vezes do Masters (um Major) e campeão da Ryder Cup como jogador (quatro vezes) e capitão (uma vez); e o dinamarquês Thomas Bjorn, vice-campeão de três torneios do Grand Slam, que ganhou três vezes a Ryder Cup como jogador e uma como capitão.