Para a AHETA, constitui uma obrigação e um dever nacional salvar o que é viável e pode ser salvo.
O agudizar da crise pandémica agravou a situação económica e social do Algarve, descapitalizando as empresas que operam na região e deixando-as à beira de um precipício económico sem precedentes, tendo o desemprego atingido níveis impensáveis e nunca experimentados anteriormente.
Para a AHETA, constitui uma obrigação e um dever nacional salvar o que é viável e pode ser salvo, caso contrário estaremos a comprometer o futuro do Algarve e do País, assim como toda a actividade turística, enquanto um dos sectores mais pujantes, estratégicos e prioritários da economia portuguesa.
Assim sendo, em nome do interesse público regional e nacional, importa garantir que, na fase de recuperação da economia do turismo, as nossas empresas estejam preparadas para responder, rápida e eficazmente, aos enormes desafios de um futuro complexo, difícil e, obviamente, muito competitivo.
Neste contexto, o saber fazer, as competências de gestão adquiridas, os recursos humanos de qualidade, o conhecimento dos canais de comercialização e distribuição, assim como todo o circuito que envolve o negócio turístico, são activos que devem ser preservados a todo o custo, não podendo nem devendo ser ignorados, uma vez que são determinantes para enfrentar o futuro com sucesso.
Neste sentido, não podemos comprometer a recuperação económica do turismo e do Algarve, deixando a actividade turística ao sabor das conjunturas internacionais, sem mostrarmos capacidade efectiva para as influenciar a nosso favor, prescindindo de um know how acumulado durante décadas, enquanto uma mais valia competitiva indispensável para assegurar uma recuperação económica e social célere no período pós pandemia.
Por tudo isto, a AHETA apela ao governo para que, no âmbito do Plano Específico de Emergência para Recuperar o Algarve, aprove a atribuição urgente de apoios financeiros ao sector empresarial da região, sob a forma de subvenções a fundo perdido, quer para a recapitalização de empresas viáveis, convertendo dívida em capital, quer através da injecção de fluxos financeiros para fortalecer a robustez do cash flow das empresas hoteleiras e turísticas regionais.
A situação económica e financeira das empresas da região está sustentada na concretização de investimentos em capital intensivo, através do recurso a capitais alheios e outras soluções de financiamento, pelo que o impacto da crise pandémica na tesouraria das empresas ao longo dos últimos meses acentuou não só a diminuição das receitas empresariais, mas também os incumprimentos respeitantes a compromissos financeiros e outros.
Esta realidade coloca em causa, por um lado, a sobrevivência das empresas e, por outro, a sua capacidade para enfrentar com sucesso a recuperação que se prevê rápida, mas muito disputada e competitiva, sobretudo nos mercados internacionais, cabendo ao governo criar as condições financeiras e fiscais destinadas a evitar o colapso das nossas empresas, preparando-as para os desafios que vão chegar. Empresas frágeis não são competitivas.
O Algarve, o País e o Mundo foram abalados por uma crise angustiante e sem paralelo. Não estarmos preparados para responder aos desafios da retoma é prolongar as consequências desastrosas em que estamos mergulhados por anos e anos sem fim. Perdem os empresários, mas perde também a economia do País e, muito principalmente, os nossos trabalhadores e a população em geral.